Um homem armado que ameaçava suicídio acabou morto pela Polícia Militar no início da noite de sábado, na rua Orense, no Centro de Diadema. Segundo testemunhas, após passar a tarde bebendo em um bar da região, o mecânico Joel Santos e Silva, 33 anos, começou uma briga com sua mulher, a atendente Jane Campos Terezam, 34 anos. Com um revólver calibre 38 em punho, o mecânico fez várias ameaças à atendente, e depois de discutir, foi até uma oficina mecânica próxima à casa onde mora, ameaçando se matar. A polícia chegou ao local, e, ainda segundo testemunhas, tentou convencê-lo a entregar a arma. Além de não parar com as ameaças de suicídio, Silva ainda começou a apontar o revólver para as pessoas que tentavam conversar com ele. Numa dessas ameaças, a polícia atirou primeiro, acertando o mecânico duas vezes. Ele não resistiu e morreu no Pronto-Socorro Municipal de Diadema.

O mecânico teria começado a beber por volta das 13h. Às 18h30, ele voltou para casa e iniciou uma discussão com a mulher. A família ainda não sabe o motivo da briga. “Ele sempre batia nela, a ameaçava com a arma”, conta a cunhada de Silva, Amabel de Souza Campos. Ela diz que Silva não era alcoólatra, mas que quando bebia não conseguia se controlar. Após um discussão “barulhenta”, como disseram os vizinhos, Silva atravessou a rua de casa, armado, e foi até a oficina mecânica de um amigo.

A polícia chegou na rua, atraída pela confusão. Ao perceber que havia policiais no local, o mecânico – que portava uma arma irregular e tinha passagem policial por roubo – começou a ameaçar se matar. Ele se isolou na sala nos fundos da oficina. Tanto os policiais quanto a mulher e o amigo tentaram fazer com que Silva largasse a arma. Mesmo assim, ele a mantinha apontada para a própria cabeça e mandava todos saírem. Sem obter resultado na negociação, os policiais pediram para que todos se afastassem. Nesse momento, segundo o que os policiais declaram no 3º DP de Diadema, Silva deixou de apontar a arma para si e a apontou para os PMs, que reagiram à ameaça e dispararam duas vezes contra o mecânico. Um dos tiros acertou a coxa esquerda e o outro a região acima da orelha direita. O segundo disparo teria antes atingido de raspão a mão direita de Silva, de acordo com o IML (Instituto Médico Legal).

Silva foi socorrido pelos próprios policias, e levado ao Pronto-Socorro Municipal, onde foi atendido, mas não resistiu e morreu.

Corregedoria – A corregedoria da Polícia Militar instaurou inquérito para apurar os fatos que levaram à morte do mecânico Silva. Os dois policiais que tiveram envolvimento com o caso, os soldados Carlos Roberto da Conceição e Alex Mari Trevisan, estão à disposição da corregedoria, detidos no 6º Batalhão de Polícia, em Diadema, onde devem permanecer ainda por quatro dias. Se houver indícios de conduta incorreta, o oficial encarregado pode até pedir a prisão preventiva da dupla de PMs.

Mortes – O fim de semana foi violento na região, com registro de pelo menos seis homicídios: dois em Diadema, dois em Mauá, um em São Bernardo e um em Ribeirão Pires. Em São Bernardo, um homem desconhecido foi encontrado morto, provavelmente baleado, no bairro Baraldi. Outros dois corpos foram encontrados em Mauá. Ambos foram mortos com armas brancas. Um deles, encontrado na estrada da Servidão, teve o corpo queimado. Em Ribeirão, outro homem morreu esfaqueado.

O segundo homicídio de Diadema e sexto do fim de semana ocorreu em uma chácara no Parque Sete de Setembro, na madrugada de domingo. Cerca de 20 pessoas participavam de uma festa, quando um desconhecido atirou no ajudante Diego Gustavo dos Santos, 21 anos, morador da capital, e depois fugiu.

Segundo levantamento realizado pela Secretaria de Segurança Pública do Estado, os casos de homicídios tiveram queda 23,79% na região de janeiro a setembro deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Ribeirão Pires, que registrou um caso neste fim de semana, foi a cidade com maior queda: 55,55%. (Colaborou Artur Rodrigues)