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Em cinco anos, Linha 10 eleva em 10% média diária de usuários

Alta registrada no período é inferior ao
aumento de 15,49% da população da região

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
24/11/2015 | 07:00
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Denis Maciel


Responsável por fazer o trajeto entre Rio Grande da Serra e o Brás, a Linha 10 – Turquesa da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) apresentou, nos últimos cinco anos, acréscimo de 10,24% na média diária de usuários. Levantamento da companhia aponta que a quantidade de embarques feitos em dias úteis saltou de 330,1 mil em 2010 para 363,9 mil neste ano. Apesar disso, se levado em consideração o crescimento de 15,49% da população da região no período, que representa 55% dos usuários da linha, é possível afirmar que o aumento foi inexistente.

De janeiro a outubro, 12,67% dos mais de 694 milhões de passageiros que usaram a CPTM para se locomover entre a região metropolitana de São Paulo embarcaram em uma das estações da Linha 10 – Turquesa, que no acumulado do ano já transportou 87 milhões de pessoas.

Ao todo, 202,6 mil usuários embarcam todos os dias em estações de uma das cinco cidades da região (veja gráfico ao lado). O índice representa 7% do total de passageiros em dia útil de todo o sistema da CPTM, que atende 22 municípios, engloba seis linhas e 92 paradas.

Para a especialista em Mobilidade Urbana e professora da UFABC (Universidade Federal do ABC) Silvana Zioni, o número de usuários diante de cenário nada atrativo evidencia a importância que o sistema de trens metropolitanos tem para o Grande ABC. “A CPTM continua crescendo, mas de forma tímida. O que podemos concluir desse levantamento é que, apesar da superlotação, falta de investimentos em acessibilidade e renovação da frota, entre outros fatores, o morador da região ainda é muito dependente do sistema. Em um momento em que o trânsito está cada vez pior, usar o trem lotado é a melhor saída.”

Entre 2014 e este ano, o crescimento foi tímido, sinalizando estabilidade. Enquanto no ano passado, de janeiro a outubro o sistema transportou diariamente 355,6 mil pessoas, neste ano a média foi de 363,9 mil, aumento de 2,33%.

“Imagina se as estações tiverem acessibilidade e menores intervalos entre cada trem. O sistema, com certeza, seria impulsionado. Já vimos isso quando foi inaugurada (em setembro de 2010) a Estação Tamanduateí e usuários da região ganharam mais praticidade para chegar à Capital”, relatou a especialista.

A auxiliar de cozinha Lorinalda dos Santos Silva, 36 anos, é uma das usuárias que se mantêm fiéis ao sistema da CPTM. “É a melhor forma para ir a São Paulo. É rápido e tem custo mais em conta que o ônibus. Além disso, saio às 23h do trabalho, então é o meio mais seguro nesse horário para chegar a Mauá a tempo de pegar o ônibus.”

Para a auxiliar de serviços gerais Armanda Ribeiro Bastos, 28, o tempo gasto entre o trajeto de casa para o trabalho também é o principal atrativo. “Pego o trem porque é o mais ágil. Se colocarem mais vagões, ficará melhor ainda.”

 

Apesar disso, a superlotação ainda é lembrada por usuários. “É muito lotado. Até mesmo quando volto do serviço, por volta das 14h, encontro vagão cheio”, relata a assistente social Silvia Lima, 40.

 

Burocracia emperra obras de modernização das estações

 

Com o objetivo de melhorar a infraestrutura do sistema, a CPTM está com projeto para renovar a arquitetura de suas estações, a fim de comportar maior volume de usuários. Entretanto, a liberação da verba para modernização dos espaços está emperrada.

De acordo com a companhia, os projetos ainda aguardam a liberação dos recursos do OGU (Orçamento Geral da União), prometidos por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Mobilidade, para as obras da Linha 13-Jade, da extensão da Linha 9-Esmeralda, implantação da Estação União de Vila Nova, na Linha 12-Safira, e para a reconstrução de 18 estações.

Os recursos para modernização das paradas, entre as quais estão seis da Linha 10 (Ipiranga, Utinga, Prefeito Saladino, Guapituba, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra), são de R$ 590 milhões. Em abril, o Ministério das Cidades publicou diretriz solicitando que a CPTM apresente toda a documentação técnica à Caixa Econômica Federal antes de assinar o termo de compromisso.

Agora a companhia aguarda análise desses documentos por parte do governo federal.

 

Em relação às estações São Caetano, Mauá, Capuava e Prefeito Celso Daniel – Santo André, a CPTM está na fase de conclusão dos projetos e elaboração dos editais para licitar as obras. O cronograma de execução será definido a partir das datas de assinaturas de todos os contratos.  




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