Política Titulo Caso Vera Cruz
Acordo com Telem mantém utilização do nome Vera Cruz

Representantes da empresa apalavram pagar, em
15 vezes, dívida com família detentora da marca

Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
10/10/2015 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


A Telem S.A. (Técnicas Eletromêcanicas) apalavrou ontem novo acordo com os proprietários da marca Vera Cruz para garantir permanência do nome no antigo complexo cinematográfico, em São Bernardo, que fica localizado na Avenida Lucas Nogueira Garcez. O pagamento de R$ 550 mil pela cessão onerosa da nomenclatura foi estendido de cinco para 15 parcelas – a primeira, com vencimento no dia 20 –, até dezembro do ano que vem. Serão adicionados juros e multas em eventual atraso.

O novo contrato será elaborado na terça-feira e assinado entre as partes, na sede da Telem, na Capital, na quinta-feira.

“Conversamos hoje (ontem) e deixamos tudo combinado. As cobranças iniciais serão com valores mais baixos, em torno de R$ 20 mil. Porque entendi que era importante adequar a capacidade de pagamento da empresa. Quero fazer o negócio, por isso aceitei diluir”, afirmou Wilfred Khouri, representante da família proprietária dos royalties. “Eles alegaram que estão sofrendo com inadimplência no ramo da construção civil. Eu disse que entendia, mas que queria pagamento inicial dentro do mês.”

A Telem, que em junho ganhou o direito de exploração do espaço pelos próximos 30 anos com a condição de investimento de R$ 156 milhões, não honrou acerto pela utilização do nome, também por 30 anos, logo na primeira parcela e ficou impedida de expor a marca. Na quarta-feira, o Diário revelou o impasse entre a Telem e a família Khouri, proprietária da empresa Cinematográfica Vera Cruz Ltda, que ameaçou anulação do contrato.

O novo acerto entre as partes mostra mudança de postura da Telem, que, de imediato, considerou utilizar outra grife no espaço em caso de desacordo.

No antigo documento, a primeira fatia, no valor de R$ 105 mil, estava estabelecida para ser quitada em 5 de setembro, com carência de um mês, mas o débito não foi honrado.

“No contrato foi considerado que se não houvesse pagamento após os 30 dias de tolerância automaticamente ocorreria anulação. Porém, o que mais me deixou chateado foi a forma que conduziram a questão. Nem me procuraram para falar que não iriam pagar”, descreveu Khouri. Os demais pagamentos (de R$ 100 mil), estavam previstos de janeiro a maio.

Na quinta-feira, diante do iminente veto à marca, o prefeito Luiz Marinho (PT) ameaçou romper o contrato com a Telem. “Precisa perguntar para a Telem. Vamos tomar medidas (cabíveis) se não cumprirem (o acordo). Precisam cumprir. Se não cumprirem, evidentemente que pode haver rompimento de contrato.”

O secretário de Cultura de Marinho, Osvaldo Oliveira Neto, tem monitorado o diálogo entre a família Khouri e a Telem. Revelou, inclusive, que o objetivo da administração petista é persistir para que seja efetuado o acordo e preservar vínculo histórico do local com a cidade. Entre 1949 e 1955, o complexo cinematográfico se tornou referência na modalidade do País, principalmente com longas-metragens estrelado por Amácio Mazzaropi (1912-1981).

Questionada pelo Diário, pelo impasse, a Telem apenas informou “que segue em negociação com os detentores da marca”. 




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