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Dunga, enfim, ganha confiança nacional
Carlos Tadeu
Especial para o Diário
07/09/2009 | 07:01
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AFP


No início, a desconfiança era total da imprensa e da torcida brasileira sobre Dunga - o capitão do tetra - como treinador da Seleção Brasileira. Durante três anos, ele enfrentou vaias e críticas. Cansou de ouvir "adeus Dunga". No entanto, a vitória de sábado por 3 a 1 diante da Argentina, em Rosário, foi a consagração de um treinador que precisou enfrentar e superar a desconfiança nacional.

Pela primeira vez ele foi aplaudido, mesmo longe de casa. Emocionada, a torcida brasileira presente ao Estádio Gigante de Arroyito gritava o nome de Dunga, reconhecendo a competência do técnico que estreou na carreira justamente no comando da Seleção Brasileira, paixão nacional.

"Só tenho a agradecer esses jogadores. Conseguimos formar um grupo. A única coisa que fiz foi tentar passar para eles um pouco do espírito que eu gostava de mostrar quando estava em campo", comentou aliviado ao fim da partida que garantiu a vaga brasileira para a Copa de 2010 na África do Sul.

"Enfrentamos uma grande seleção, com grandes campeões. Fazer três gols na Argentina não é fácil. Só foi possível porque o Brasil foi um time muito centrado", festejou o treinador, que ainda revelou um dos segredos para vencer. "Disse ao meu time que, se terminássemos com 11 jogadores, sairíamos com a vitória. Por isso, pedi para ninguém entrar em provocações. Só queria o time completo até o final", salientou.

AMADURECIMENTO - Além dos bons resultados, Dunga tem o respaldo dos títulos da Copa América 2007 e da Copa das Confederações 2009, o que torna o Brasil um dos principais favoritos a conquistar mais uma Copa do Mundo. Mesmo assim, o comandante não mostrou preocupação com esse fato e preferiu apostar suas fichas no grupo que formou há pouco mais de três anos e, segundo ele, aprendeu a se portar.

"Sabemos que agora teremos novas cobranças, mas essa equipe está muito madura. Os jogadores sabem o que querem, temos um sentimento muito bom no grupo. Não preciso me preocupar, sempre há uma troca muito boa entre comissão técnica e jogadores", completou o treinador.

Os atletas seguem a mesma linha de Dunga e sabem que o grande teste deste grupo será justamente a Copa do Mundo, que terá início em menos de dez meses.

Por isso, calma virou a palavra de ordem entre os jogadores. "Vamos devagar, queremos evitar essa euforia. O Brasil vai chegar mais uma vez na Copa como um dos candidatos ao título, mas vamos com calma. A melhor seleção do mundo só será conhecida em 2010, depois da Copa", argumentou Kaká, um dos destaques do time.

Para ele, o segredo para amenizar os efeitos do favoritismo é justamente ignorá-lo. "Precisamos aprender a viver com uma situação como essa. Seremos um dos favoritos à Copa, mas devemos saber lidar com isso."




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