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Prefeito de Americana mandar retirar grades de cadeia
Do Diário do Grande ABC
01/10/1999 | 18:19
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Uma decisao do prefeito de Americana, Waldemar Tebaldi (PDT), provocou tumulto nessa quinta-feira (30) à noite na cidade. Irritado com a intençao do governo estadual de reativar a antiga cadeia municipal, ele determinou a retirada de todas as grades de proteçao das celas e que o prédio fosse lacrado. Ao ser informada a Polícia Civil enviou cerca de quarenta agentes para o local a fim de impedir que a ordem fosse cumprida.

Autoridades municipais e da Polícia Civil fizeram uma reuniao na própria cadeia, que fica no centro da cidade, concluída às 23 horas. Do lado de fora o clima era de tensao, com policiais civis e guardas municipais posicionados uns contra os outros. As grades só nao foram retiradas porque, ao final do encontro, o delegado regional da Polícia Civil, Orlando Miranda Ferreira, comprometeu-se a respeitar um decreto municipal interditando a cadeia.

O prefeito disse ter resolvido fechar a cadeia porque o governo estadual nao estava cumprindo um acordo pelo qual a prefeitura doaria uma área para a construçao de uma nova unidade desde que a antiga fosse desativada. Na segunda feira, depois de uma rebeliao, os presos foram transferidos às pressas para a nova cadeia, ainda nao inaugurada. Na quinta-feira, porém, seis detentos foram levados de volta para a antiga cadeia.

"Foi a gota dágua", disse Tebaldi. Ao ser informado da devoluçao dos presos à antiga cadeia, o prefeito baixou um decreto determinando sua interdiçao. Para garantir que o imóvel nao voltaria a abrigar criminosos, mandou 30 soldados da Guarda Municipal, munidos de britadeiras, retirar as grades das celas. "Mandei tirar as grades porque sem elas nao tem como manter ninguém nesse lugar", afirmou Tebaldi.

Mesmo depois de o delegado regional ter se comprometido a cumprir o acordo, o prefeito nao ficou satisfeito. Tebaldi disse que vai acionar sua equipe jurídica para instruir um processo de desapropriaçao das áreas onde estao as duas cadeias. "O governo nao tem palavra, nao cumpriu com o acordo e vamos pegar as áreas de volta", disse o prefeito.

Segundo ele, nao se trata de afronta nem de uma queda-de-braço entre os poderes estadual e municipal. "Existe uma lei municipal que proíbe a instalaçao de cadeias no centro da cidade", explica. "Só estou cumprindo a lei." O prefeito também já mandou cortar o fornecimento de água para a unidade antiga, alegando que o governo estadual nao pagou a conta. A dívida, segundo ele, chega a R$ 80 mil.




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