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Frequentadores criticam punição dada à Estância
Willian Novaes
Do Diário do Grande ABC
14/03/2010 | 07:37
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Os frequentadores da casa de shows Estância Alto da Serra, em São Bernardo, não ligaram para a decisão da Justiça de fechar o local, por três dias, devido a ação proposta pelo MP (Ministério Público), por causa da morte do adolescente Rafael Rogério Dourado, 16 anos, em 24 de setembro de 2005, por traumatismo craniano.

Na tarde de ontem, milhares de jovens, boa parte bêbados, entraram no local para participar da Cocobambu Folia, festa que teve a presença da banda de axé Asa de Águia.

O Diário foi ao local e não notou a presença de menores na arena de shows. Umma moça teve a entrada barrada pelos seguranças, por estar com uma cópia falsificada do RG. Ela saiu correndo entre as outras jovens e sumiu.

"Essa decisão não vai interferir na minha decisão de vir aqui outras vezes. Cada um sabe o tanto que bebe. Ninguém coloca bebida na sua boca", afirma a estudante Letícia Moura, 19, que mora no bairro Riacho Grande, em São Bernardo.

A também estudante Letícia Carminholli, 18, endossa a fala da amiga; "Cada um sabe o seu limite, a casa não tem culpa se as pessoas ficam bebendo sem parar."

A Estância colocou na entrada da casa funcionários para impedirem a entrada de menores. Mas, o controle de bebida na parte de fora do Estância, não existe.

Os jovens utilizam os estacionamentos para fazer o esquenta, com garrafas de vodca, pinga e uísque e muita cerveja a partir das 11h da manhã. Por volta das 17h, a reportagem encontrou diversos adolescentes caídos ou vomitando ao redor. Alguns desciam cambaleando para ver o shows dos músicos baianos.

"A gente vêm para se divertir mesmo e aproveitar. Você tem que saber o seu limite, o que o dono daqui (Estância) tem haver com a minha bebedeira?", questiona a inspetora Jussara Ramos, 27.

A MORTE DE 2005
Rafael foi encontrada caída na Estrada Névio Carlone, a 150 metros da entrada do Estância. A casa foi acusada de violar o artigo 258 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), ao permitir a entrada de menores na casa de shows sem alvará.

 

Dono da casa quer que data para fechar portas seja programada
O dono da Estância Alto da Serra, o empresário Eloy Carlone Filho, 28 anos, disse que concordou com a punição da Justiça, mas entrou com uma petição para programar a data do fechamento da casa.

"Precisamos definir os dias, por que pode haver grande prejuízo se for em uma dia que já tenha show marcado. O fechamento programado seria o ideal", disse.

Segundo o proprietário, para a festa de ontem foram vendidos cerca de 6.000 ingressos e a casa tem capacidade para receber até 13 mil pessoas.

Ele afirmou que pretende pedir o alvará para a entrada de menores apenas quando houver shows de artistas que tenha esse público, mas que na maioria dos eventos continua sendo proibida a entrada jovens com menos de 18 anos.

"Na arena, eles (o público) bebem pouco, por que é mais caro, mas lá fora não tem como controlar. Contratamos cinco médicos para prestar os primeiros socorros." (Willian Novaes)

 




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