O secretário de Saúde de Santo André, Michel Mindrisz, participa nesta segunda-feira de audiência aberta ao público no auditório da Câmara Municipal, às 15h. Ele foi convocado por vereadores para prestar esclarecimentos sobre denúncias na área de saúde, como falta de médicos, demora no atendimento de usuários e de má qualidade dos serviços prestados pela empresa Hold CML Saúde Delivery, contratada pela secretaria para fornecer 17 ambulâncias equipadas ao programa municipal Rolando Saúde. A presença do secretário foi confirmada por sua assessoria de imprensa.

Os questionamentos dos vereadores se baseiam em um dossiê elaborado no fim da semana passada pela Comissão de Saúde da Câmara Municipal, já encaminhado ao secretário. Várias das queixas que constam no documento chegaram aos vereadores por meio de reclamações de usuários do sistema público de saúde. Parte delas foram constatadas em visitas a UBSs (Unidades Básicas de Saúde), ao CHM (Centro Hospitalar Municipal) e também a partir de reportagens recentemente publicadas pelo Diário.

Os vereadores chegaram a adiar um primeiro encontro em razão de uma viagem programada pelo secretário, mas, desta vez, a auditoria foi confirmada e terá portas abertas.

O dossiê dos vereadores cita falta de medicamentos, desvios de verba do Fundo Municipal de Saúde e problemas na execução de serviços terceirizados. A comissão acredita que o encontro público irá resultar no pedido de aceleração de providências para os assuntos.

Promotoria – Não é somente a Câmara e usuários do sistema público de saúde que querem respostas do secretário Mindrisz. O Ministério Público notificou o secretário a depor na próxima sexta-feira, às 16h. O assunto será a contratação da empresa Delivery – vencedora de uma licitação em novembro do ano passado – e a renovação do mesmo contrato no mês de maio. A empresa não cumpriu cláusulas contratuais e atua na cidade sem ter alvará da Vigilância Sanitária.

Em outras duas datas marcadas pela própria secretaria no Ministério Público, o secretário não apareceu nem justificou sua ausência. “Dessa vez, a notificação foi oficial”, disse o promotor de Cidadania, João Álvaro Soares.

A empresa virou motivo de sindicância na própria secretaria, depois que uma mulher caiu e fraturou o fêmur e quebrou a bacia dentro de uma das ambulâncias do Rolando Saúde. Outra denúncia investigada pela equipe do secretário é o oferecimento de transporte pago no serviço público. Dependendo do resultado, a Delivery poderá ser inocentada, multada ou até mesmo ter seu contrato com a Prefeitura rompido.

O prazo dado pelo diretor-executivo da Faisa (Fundação de Assistência à Infância de Santo André), Caio Carvalho, para conclusão das duas investigações expirou no início do mês, mas, até o momento, o relatório não foi divulgado. Segundo informou a assessoria de imprensa, o trabalho deve ser entregue à secretaria nos próximos dias e, depois, divulgado à imprensa.