O Sintracom de São Bernardo e Diadema (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário) declarou na última terça-feira estado de greve no canteiro de obras do lote 2 do trecho Sul, de responsabilidade pelo Consócio ArcoSul, das empresas Odebrecht e Constran. A paralisação dos empregados das empreiteiras que prestam serviço para as construtoras está prevista para a próxima segunda-feira.

Em uma assembléia realizada no local, os trabalhadores aprovaram a greve. Segundo o presidente do sindicato, Cladeonor Neves da Silva, o consórcio não está cumprindo a legislação trabalhista e não abrem negociação com a entidade. "Não receberam nem o aviso de greve. Vamos ter que encontrar outro modo de entregar", contou.

ENTENDIMENTO - Desde abril deste ano, Sintracom reivindica a representação dos trabalhadores do lote 2 do Rodoanel - mesma questão que ocorre no lote 1 do anel viário, que fica em Santo André e Mauá, onde também há um sindicato local do setor de construção civil na disputa pelos trabalhadores. Já o Sintrapav-SP (Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Pesada e Afins do Estado de São Paulo) afirma que a base pertence a entidade estadual.

Por causa dessa dúvida, o consócio, na época, recebeu a pauta de ambas entidades, mas preferiu esperar uma resolução do Ministério do Trabalho sobre a qual sindicato deveria responder.

Segundo Silva, o caso foi levado o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que colocou a Secretaria de Relações do Trabalho do Ministério para encontrar uma solução para o impasse, que não foi feito até o momento. No entanto, no primeiro parecer do secretário Antonio Medeiros - que ocorreu antes da notícia chegar a Lupi - a representatividade foi dada ao Sintrapav-SP.

A reportagem procurou o Sintrapav-SP e não obteve resposta. Já o Consórcio Arcosul preferiu não comentar o caso.