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Boulevar da Prefeitura vende pirataria
Bruno Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
16/07/2008 | 07:03
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O Boulevard Itambé, criado pela Prefeitura para solucionar a ocupação dos ambulantes no Centro de Santo André, transformou-se em uma zona livre para a venda de produtos piratas. As poucas lojas já abertas exibem roupas e acessórios falsificados, imitando marcas famosas, expostos no local criado pelo município ao custo de R$ 2 milhões.

São bonés, cintos, carteiras, pochetes e camisetas de times de futebol. Apesar das etiquetas de garantia de originalidade, o acabamento entrega a clandestinidade: espumas saltando pela costura, bordados grosseiros e tecidos de baixa qualidade. O atrativo é o preço, 10% do originais - vendidos bem ao lado, no shopping ABC Plaza.

Os comerciantes sabem que a atividade é ilegal, mas afirmam não ter medo dos fiscais da Prefeitura. "Os fiscais daqui não vão mexer. O único problema é se a (Polícia) Federal baixar", diz o comerciante Luiz Antônio de Jesus, 50 anos. O temor da PF é compartilhado por outro vendedor, Francisco Donizete Pinheiro, 47, que também não se preocupa com a Prefeitura.

O assessor especial do Gabinete do Prefeito Carlos Augusto Alves dos Santos disse que a Prefeitura não tinha ciência dessas atividades. "Os fiscais não tinham visto. Eles estão voltados para as ruas, para impedir a ocupação por novos ambulantes", alegou. Ele garantiu que o caso será estudado e que os ambulantes envolvidos podem ter a licença cassada.

VENDAS
Entre os camelôs, a queixa maior é com relação à baixa clientela. Ontem até as 15h, o bulevar havia faturado R$ 30 - uma única comerciante vendeu dois pares de meia e uma cueca. "Foi uma cliente antiga que veio até aqui", conta Tereza da Silva, 49 anos.

"Hoje não vou ter nada para comer lá de casa. Eu e meu marido agüentamos, mas nossos filhos não", diz a vendedora de cartões telefônicos Simone Ferreira, 36 anos.

A queda das vendas foi um dos motivos que levaram os ambulantes a resistir à mudança para o Boulevard Itambé. A obra foi inaugurada em 25 de junho, mas as primeiras barracas só foram abertas na segunda-feira - após a Prefeitura dar um ultimato para que eles saíssem das ruas. Mesmo assim, a maioria das 133 lojas permanece fechada. (Colaborou Natasha Bin)




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