O tão esperado hospital veterinário municipal em Santo André está prestes a sair do papel. O governo do prefeito Paulo Serra (PSDB) já dispõe, conforme detalha reportagem publicada nesta edição do Diário, dos R$ 2,8 milhões necessários para
a construção do empreendimento, que vai contar com 710 metros quadrados de área edificada em terreno anexo ao Parque Central, no bairro Paraíso. As obras devem começar no próximo mês e a expectativa é que estejam concluídas em dezembro. Finalmente o andreense passará a contar com local adequado para cuidar dos animais gratuitamente, uma espécie de SUS (Sistema Único de Saúde) para os pets.

Faz algum tempo que ativistas, representantes da sociedade civil organizada e a população em geral cobravam o equipamento. Compreende-se a razão do pleito generalizado. Não fosse o trabalho voluntáriode determinados indivíduos abnegados, os animais cujos tutores não têm recursos financeiros para bancar os custosos cuidados veterinários estariam abandonados à própria sorte na cidade. Santo André possui inúmeros estabelecimentos desse segmento, mas todos de
caráter privado. A sensibilidade da atual administração vem corrigir o lapso. Com recursos próprios, diga-se. O dinheiro para a execução do projeto saiu do FMDU (Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano).

Proteger as criaturas irracionais é, inclusive, obrigação do poder público. O inciso sétimo do primeiro parágrafo do artigo 225 da Constituição da República, promulgada em 1988, instrui sobre como fazê-lo. Há, ainda, série de normas infraconstitucionais, além deu ma declaraçãouniversal dos direitos dos animais datada de 1978. A notícia de que Santo André deve inaugurar o hospital veterinário público, entretanto, extrapola a esfera da legalidade. A novidade expõe, sem subterfúgios, o que a atual administração entende por cuidar da cidade, além do humano, demonstrando comprometimento,também, com o bem-estar animal. É, portanto, mais que uma conquista jurídica; é um avanço moral