Em 2001, 48 casos de latrocínio marcaram a região. Apenas Santo André e São Bernardo somavam, na época, 31 assaltos seguidos de morte. Seis anos depois, houve queda de 73%. No ano passado, 13 pessoas entraram na lista das vítimas do crime. A melhora nos índices proporciona uma relação de uma morte para cada 1.412 assaltos.

Os resultados positivos começaram a ser registrados em 1999, com o início do serviço de informações criminais da Secretaria Estadual de Segurança Pública. Naquele ano, o Estado somou 670 casos. Foi o pico desse tipo de violência em São Paulo.

A implementação da CAP (Coordenadoria de Análise e Planejamento) é considerada uma ação determinante para a redução nos números. O trabalho inteligente surtiu efeito, segundo o responsável pelo sistema, Túlio Kahn.

“Latrocínios são crimes de oportunidade, que devem ser comparados a assaltos, não homicídios. A relação de risco hoje é pequena, cerca de 0,07%”, diz.

A maioria das mortes não é planejada. As ocorrências não têm padrão definido, o que dificulta o trabalho da polícia. O oportunista pode aparecer a qualquer hora e em qualquer lugar. Por isso, o trabalho deve ser de prevenção, numa ação que envolva também os municípios.

Ações aparentemente simples revelam resultados. “A iluminação pública, por exemplo, inibe o ladrão. Ruas claras são mais seguras. A possibilidade de fazer monitoramento eletrônico das vias também é importante. Tudo faz parte de uma política de redução de oportunidades”, afirma Kahn.

Trabalhar para diminuir roubos a carros no Grande ABC é outra ação fundamental para inibir os latrocínios. “Sabe-se que a região é recordista nesse tipo de crime. As taxas são muito altas e as situações perigosas. Valem todos os artifícios, como alarmes e travas, além de um comportamento calmo e sem reação diante do perigo.”