Palavra do Leitor Titulo
Esgotamento e inflexão

Nos últimos 20 anos de governos social-democratas, o Brasil melhorou...

Por Dgabc
02/11/2012 | 00:00
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Artigo

Nos últimos 20 anos de governos social-democratas, o Brasil melhorou graças à continuidade de quatro pilares: a democracia, a responsabilidade fiscal, a generosidade das bolsas e uma política econômica de crescimento. Estes pilares estão se esgotando. A democracia se esvazia porque não foi capaz de fazer as reformas política e fiscal; não implantou sistema ético para o financiamento de campanhas; e não barrou a corrupção.

A generosidade social começou ainda no governo militar com a aposentadoria rural. Mas foi Fernando Henrique Cardoso quem adotou a concepção das bolsas, transferindo renda para 4 milhões de beneficiários. Lula ampliou este número para 12 milhões e elevou o valor do salário-mínimo. A presidente Dilma aumentou ainda mais os beneficiários com o programa Brasil Carinhoso. Mas os programas não estão induzindo a emancipação da população pobre.

O crescimento econômico manteve-se com o mesmo padrão básico: ampliação de produção, exportação de commodities agrícolas ou minerais e produção de bens industriais para o mercado interno, sofrendo, no entanto, desindustrialização em razão da âncora cambial, da falta de competitividade, do custo Brasil e da falta de capacidade para inovação. Esse modelo não foi capaz de dar o salto para economia de alta tecnologia, com respeito ao meio ambiente, estruturalmente distributiva e pelo qual o propósito da economia não seja apenas aumentar o PIB, mas aumentar o bem-estar da população.

Há esgotamento nos quatro pilares da social-democracia brasileira, sendo necessária inflexão que permita completar a democracia com reforma política, criando mecanismos que tornem a corrupção impossível, eliminando a influência do poder econômico nas eleições. A responsabilidade fiscal precisa ser completada por reformas na gestão pública, na política fiscal e no controle dos gastos públicos. A generosidade das transferências de renda precisa ser substituída pela emancipação da população para que nenhuma família brasileira precise de ajuda.

O fim da eleição municipal deveria ser o ponto de partida para o debate dessa inflexão. Mas, aparentemente, esse radicalismo não entrará nos debates. Vamos continuar discutindo como avançar na mesma direção de modelo em esgotamento, com a mesma política de satisfazer interesses imediatos de corporações, sem olhar o longo prazo, sem fazer a necessária inflexão histórica.

Cristovam Buarque é professor da UnB e senador pelo PDT-DF.

Palavra do Leitor

Mensagem

Recebi na madrugada de domingo mensagem gravada com a voz de Aidan Ravin. Pensei que tinha acontecido algo com um dos meus irmãos que ainda estavam fora. Mas depois fiquei lembrando de outras situações. Coisas que o outro partido fizera. Lembram do slogan ‘Visite Santo André e ganhe uma multa', os coqueiros comprados superfaturados, o assassinato de Celso Daniel, envolvimentos de funcionários do alto escalão? Pois é, sabotar o nome de outro candidato é fichinha. Não tinha ainda me decidido pelo voto, mas o fato me fez escolher. Espero que o eleito não vá por esta linha, pois, pelo que vi, partidários do PT têm coragem de fazer qualquer coisa para obter o poder.

Maria Helena dos Santos

Santo André

Não entendo!

O Supremo Tribunal Federal está dando o exemplo de como devem ser combatidas as ilegalidades, tais como formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, caixa dois, compra de votos, enfim todas as irregularidades cometidas pelo PT durante o governo. O povo está regozijando-se com a atitude reta e corajosa do STF, enaltecendo-o. O certo é que o PT deveria ser proibido como partido político, pois onde se instala a corrupção revive, e seu maior mandatário nunca sabe de nada! Pelo contrário, defende o corrupto, chegando até a declarar que nunca houve o Mensalão. Mesmo após tantos desmandos, eis que o povo inadvertidamente dá seu voto para candidatos do PT, mesmo sabendo que reavivará a corrupção. Nunca concordei com o Pelé, quando disse que o povo brasileiro não sabe votar, mas infelizmente temos que concordar com isso.

Flávio Fernandes

São Caetano

Nosso poder

Quando recebemos os resultados da eleição em nossa cidade, vemos quanto forte é o poder do voto. Quantos vereadores foram excluídos, embora sobraram alguns que passarão os quatro anos sem nenhuma efetiva participação em defesa dos munícipes. Pela composição da futura Câmara, o atual prefeito eleito não necessita de acordos com os partidos tidos de oposição, deixando os veteranos vereadores perdidos, por não saberem legislar para a cidade, e sim em causa própria, e que a partir de hoje já querem pertencer à situação. Quanto ao prefeito andreense, também a força do voto fez justiça a uma administração truculenta, com poucas iniciativas reais de trabalho voltado para o interesse dos cidadãos, com manipulações de verbas públicas e atos sujeitos a gerar total desconfiança. Se o poder existente no Ministério Público e nos tribunais é moroso, as urnas são ligeiras como um raio, e se não em um turno, no segundo são implacáveis. Fizemos justiça com os nossos próprios dedos, extirpando de vez o mau gestor da administração de nossa cidade.

Aylton Denari

Santo André

Resposta

Em resposta à carta do leitor Antônio Macedo (SPPREV, dia 24), informamos que sua certidão de tempo de contribuição foi devidamente homologada pela São Paulo Previdência. A devolução do processo com a referida certidão à Secretaria de Educação já foi providenciada, tendo em vista que o órgão é responsável pela entrega do documento ao requerente.

SPPREV (São Paulo Previdência)

Conto do vigário

Cinquenta e cinco porcento dos paulistanos foram os únicos a cair no conto do vigário aplicado pelo PT. Em nenhuma das outras capitais de Estado eles conseguiram ‘fregueses' para comprar suas ‘mercadorias' estragadas. Quem diria que na maior, mais escolarizada e com segundo PIB per capita do País tem tantos desavisados. São os que acreditam que o Mensalão foi fraude.

Mário A. Dente

Capital

Dois pesos...

Muitos dos que se indignaram com as manifestações espontâneas de desagrado dirigidas ao ministro Lewandowski e aos mensaleiros condenados pelo STF, Dirceu e Genoino, são os mesmos que, de forma orquestrada, dispõem-se a criticar o tribunal, os ministros, a desmerecê-los, inclusive com insinuações sobre a competência e imparcialidade dos mesmos. Ora, basta de hipocrisia.

Luiz Nusbaum

Capital 




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