O prefeito de Santo André e presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, Paulo Serra (PSDB), espera encontrar solução à entidade regional no começo de 2018, na primeira reunião de prefeitos no Consórcio Intermunicipal. Segundo o tucano, duas propostas estão sob análise: reforçar os vínculos das prefeituras com a instituição econômica ou fazer com que o Consórcio absorva a estrutura da Agência.

Nesta semana, Paulo Serra se reuniu com seu vice no grupo, o reitor da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Marcos Bassi, e com seu departamento jurídico para debater o futuro da Agência. A entidade passa por momentos de dificuldade financeira, uma vez que as administrações municipais e associações comerciais estão inadimplentes com seus repasses. O passivo está na casa de R$ 1 milhão.

“A nossa busca é salvar a Agência. Este ano tem sido de muita dificuldade financeira para todas as prefeituras do Grande ABC, foi uma regra, com grave processo de endividamento. Intuito principal é manter a Agência ativa. Estamos tentando encontrar financiamento mínimo”, argumentou o tucano.

Paulo Serra disse que vai apresentar o quadro aos demais prefeitos em janeiro. “O grande problema deste ano é que algumas prefeituras não tinham provisão orçamentária, como até mesmo Santo André, e outras nem chegaram a passar o projeto, a exemplo de São Caetano. Com relação à receita também vamos debater a questão de parcelamento (dos débitos). O maior endividamento é em relação a tributos, cerca de R$ 200 mil. Não é fácil os órgãos sobreviverem após o tsunami petista, que arrasou tudo. Queremos já em 2018 inverter essa curva, não só sobreviver. A ideia é voltar a ter a importância que teve no passado.”

Bassi defendeu que, para encontrar solução de curto prazo, o ideal é fazer com que a Agência volte a ser departamento do Consórcio, como no passado. “Não temos muito tempo para se discutir porque a dívida aumenta e há dano real, porque funcionários da Agência não receberam o 13º salário, por exemplo. E há outro ponto: muitas ações do Consórcio se confundem com as da Agência e vice-versa. Essa fusão resolveria o problema de imediato.”

CARTA
Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sindicato dos Químicos, Sindicato dos Bancários do ABC, Sindicato de Profissionais em Confecção do ABC, Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil e Sindicato dos Servidores Públicos de São Bernardo redigiram carta de preocupação com o futuro da Agência – são filiados ao grupo e dizem estar em dia com suas contribuições.

“A longa demora em solucionar esta situação nos leva a questionar sobre as reais intenções dos governos municipais. O posicionamento adotado está sufocando técnica e financeiramente a instituição, e esse caminho levará ao seu completo esvaziamento”, diz o documento conjunto. “É esse o interesse do setor público, deixar a Agência sem condições de atuar? Infelizmente há elementos que apontam para isso, já que até mesmo o espaço físico da instituição foi reduzido por decisão unilateral do Consórcio,”

O grupo também ameaça romper com a Agência. “A partir de 2018, somente continuaremos integrando a Agência se o poder público cumprir com a responsabilidade compartilhada que foi marca da entidade desde sua fundação. Caso contrário e infelizmente, depois de 19 anos ininterruptos deixaremos o quadro de associados e buscaremos outras formas de construção para as iniciativas do desenvolvimento econômico regional”, intimou.