Em São Bernardo, cidade onde na segunda-feira foi confirmado o primeiro caso autóctone de febre amarela do Grande ABC, o início do período de Carnaval foi aproveitado por munícipes para se vacinar contra a doença. Ontem, 29 escolas municipais abriram, das 9h às 16h, para aplicação das doses, atividade que se estende até a terça-feira.

Na Emeb (Escola Municipal de Educação Básica) Neusa Bassetto, no bairro Rudge Ramos, a procura por imunização foi acima do esperado para o período. “Aplicamos, aproximadamente, 200 vacinas. Na parte da manhã foi tranquilo, mas no período da tarde veio bastante gente”, observa funcionária do local.

Pensando que as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) estariam abertas, a aposentada Margarida da Conceição de Micácio, 65 anos, foi até o posto Caminho do Mar, mas deparou-se com o cartaz na porta, informando as escolas mais próximas que oferecem a vacina. Apesar de as nove UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) do município estarem integradas à campanha de vacinação, a moradora resolveu voltar para casa. “Voltarei na segunda-feira”, promete.

Desde o início da campanha nacional de imunização, lançada no dia 25 de janeiro, 245.149 pessoas foram imunizadas na cidade. O objetivo é vacinar 707 mil, o que representa 90% da população.

O encerramento do período de vacinação em todo o Estado está previsto para o dia 17, com um ‘Dia D’, quando as unidades funcionarão em esquema especial. A meta é vacinar 9,2 milhões de paulistas, sendo 2,3 milhões de moradores da região. Até o momento, apenas 24% do público-alvo foi atingido.

Santo André confirmou, na sexta-feira, a primeira morte em razão da febre amarela. Trata-se de morador da cidade, de 44 anos, que contraiu a doença em Atibaia, no Interior do Estado, e veio a óbito em janeiro. Este é o segundo caso importado do vírus registrado no município. O primeiro foi de um jovem de 24 anos, que também viajou para Atibaia e se recuperou sem sequelas.

A região tem ainda outros três registros de febre amarela, sendo um autóctone, de São Bernardo, e outros dois importados (contraídos em Mairiporã por munícipes de São Bernardo e Ribeirão Pires). Nestes casos, os pacientes passam bem.

Do ano passado até o momento houve 186 casos autóctones de febre amarela silvestre confirmados no Estado e 65 deles evoluíram para óbito.