Cultura & Lazer Titulo
Cena esportiva
Por Thiago Mariano
Do Diário do Grande ABC
16/06/2011 | 07:02
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A emoção que o suspense de um jogo de futebol faz brotar no coração do torcedor toma conta do teatro de maneira muito próxima como acontece nos campos com o Teatro Esporte, técnica criada pelo inglês Keith Johnstone, cuja licença de uso apenas dois grupos brasileiros detêm. Um deles, o SIM (Só Improviso Mesmo), oriundo de alunos da Fundação das Artes de São Caetano, que atua na região desde 2007.

Eles apresentam espetáculo no fim de semana, no Espaço Cultural Casimiro de Abreu, em Santo André.

Através de um jogo com regras estabelecidas, juiz em campo e torcedores na plateia, as cenas tomam movimento no palco.

"É um jogo de competição entre dois times. Aqui, usamos como exemplo o futebol, mas no Canadá, por exemplo, a modalidade esportiva que o ilustra é o boxe", conta Maíra Paris, do SIM.

O grupo tem seis integrantes, um apresentador e um músico, além de equipe técnica. Times em campo, cada um batalha pela melhor cena. O público conduz os incentivos e lança desafios. Maíra acredita que um dos maiores lances da prática é a aceitação, algo como levar na esportiva. "Você tem que estar aberto para tudo o que vier, não negar nenhuma ideia", conta a atriz.

Palavrão e baixaria, diferente da levada nos estádios, são proibidos nas competições.

Geralmente, os jogos trazem temas. Exemplo é o de A a Z, que define jogadas que partem da ordem crescente das letras do alfabeto. Outra é a de dublagem, em que um jogador fica ao fundo fazendo a voz do personagem que está em cena.

NÃO É BAGUNÇA
"Não fazemos no esquema ‘me dá qualquer coisa que eu te dou qualquer coisa'", conta Maíra, que refuta as muitas apresentações do gênero que se vê na televisão.

Para fugir da generalização, eles são afiliados do ITI (International Theatresports Institute), mantida por Johnstone. A proposta é fazer crescer e tornar conhecida a modalidade teatral no Brasil seguindo suas regras.

Como verdadeiros boleiros, eles treinam toda a semana. Não só a construção de cenas e os aspectos técnicos das apresentações, mas também seus conhecimentos em atualidades e história. Tudo para que ninguém passe vergonha em campo.

"Os nossos estudos de corpo, nosso olhar, são todos voltados para a construção de movimentos através do improviso. É essencial saber jogar com a situação que lhe é dada, como no futebol. Não adianta pegar a bola com a mão e lançar para o gol. Tem um caminho que você percorre, com regras que tornam o jogo muito mais interessante", completa Maíra.

SIM (Só Improviso Mesmo) - Teatro. No Espaço Cultural Casimiro de Abreu - Rua Onze de Junho, 521, Santo André. Tel.: 2805-2808. Sáb. e dom., às 20h. Ingr.: R$ 10.




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