Economia Titulo Financiamento
Pequenas firmas atrasam pagamento de dívidas
Por Vinicius Gorczeski
Especial para o Diário
22/02/2011 | 07:18
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Tal como os consumidores, as MPEs (Micro e Pequenas Empresas) tiveram dificuldades para honrar as dívidas no prazo, neste início de ano. Em janeiro, 94,7% das firmas quitaram seus débitos em dia, segundo indicador da Serasa Experian, divulgado ontem.

É como se a cada 1.000 débitos, 53 fossem pagos com mais de sete dias da data de vencimento. Em dezembro, o balanço era de 95,4%. Porém, a pontualidade subiu 6,8% em relação a janeiro do ano passado. É o melhor desempenho mensal em seis anos, quando o índice atingiu 93,6%, em 2006.

A dificuldade de as MPEs honrarem dívidas no prazo foi percebido em todos os setores - o comércio contou com 95,3%, serviços 94% e indústria 93,3%, que teve baixo resultado por conta de questões cambiais. Com o real forte, houve perda de competitividade para itens importados. Isso reduziu lucros e a capacidade de se pagar no prazo.

O valor médio dos desembolsos em dia caiu 2,7% entre dezembro e o mês passado, ficando em R$ 1.596,70. Porém, na comparação com janeiro de 2010, o valor cresceu 6,8% - quarto ano seguido de variação positiva. A queda pouco expressiva no indicador e o valor médio de pontualidade indica que as medidas da União para segurar a economia ainda não interferem diretamente nas MPEs.

SAZONALIDADE - O gerente de indicadores de mercado da Serasa, Luiz Rabi, diz que o balanço seguiu conforme as expectativas. A queda ocorreu devido a gastos sazonais. "Se vende menos, o volume de negócios cai. Mas os compromissos continuam. As empresas têm que continuar pagando salários e impostos". Ele ressalta que a falta de planejamento das firmas também atrapalha.

O analista regional do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) José Roberto Rodriguez Silva aponta ainda que o ramo sofre indiretamente. Depende muito da capacidade de o consumidor arcar com as dívidas que contraiu. "Isso reflete no fluxo de caixa, já que a empresa deixa de recolher essa verba. O consumidor negocia dívidas e a empresa estende o prazo de pagamento." Ele diz que no Grande ABC o cenário ocorre da mesma forma.

Já Rabi explica que, por conta da política econômica de restrição ao crédito, 2011 deve apresentar trajetória de estabilização no indicador. Se houver alta, será tímida. "Mas dificilmente cairá."




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