Esportes Titulo História
Tulica e Lance falam do novo Sto.André
Por Nelson Cilo
Do Diário do Grande ABC
21/04/2010 | 07:00
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Os torcedores do Santo André ainda cultivam a imagem dos ex-atacantes Tulica e de Lance como dois personagens que nunca se desvincularam da história do clube. Não há como negar isso. Afinal, ambos permanecem intensamente inseridos na imaginação daqueles que, em diferentes épocas, os viram em defesa de um dos finalistas do Campeonato Paulista.

Tulica, 58 anos, insuperável líder no ranking dos artilheiros do Santo André - 63 gols - garante que não tem como comparar a equipe de hoje ao campeão estadual na Segundona de 1975. Não houve o acesso. "Não vou mais aos estádios nem conheço de perto esses meninos. No meu tempo, tínhamos um timaço daqueles", orgulha-se, ao citar os nomes dos antigos companheiros. Entre eles, Silva, Roberto Correia, Rodolfo, Tito e Luiz Augusto; Fernandinho, Souza, Vicente Cruz e Celso Mota; Tulica e Nascimento.

Em 1974, Tulica havia ganho um vice, a exemplo do que correu em 1976. São Bento de Sorocaba, Centenário-PR, Uberaba, Vila Nova-GO, Fluminense, Bragantino e América-RN também compuseram o currículo do incomparável matador, que sobrevive como instrutor da escolinha de futebol da Seci de Capuava - Sociedade Esportiva Cidade Imaculada.

Já Lance, 61, acredita que o Santo André pode surpreender o Santos. "Vi de tudo no futebol. Na Band, previ que derrubaríamos o Flamengo na Copa do Brasil de 2004 em pleno Maracanã", lembra Lance, que atuava na meia ou centroavante de muitas raça. Ele subiu à elite na temporada de 1981 pelo Santo André. Comandados pela dupla Sebastião Lappola e César Franco, lá estavam como titulares ou no grupo: os goleiros Tonho e Milton Bicicleta, Zé Carlos, Tutu, Rubão, Dodô, Fernandinho, Bona, Arnaldinho; Paulo Borges, Da Silva, Lance, Radar, Rubens Freitas, Sony, Albano e Carmino.

Se Tulica saiu definitivamente de cena, Lance pelo menos assiste o Santo André pela televisão. "Vejo de longe, mas me considero atualizado", conta. Segundo ele, a experiência de jogadores do nível de Júlio César, Carlinhos, Rodriguinho, Rodrigão, Nunes e Bruno César é o diferencial que talvez leve a equipe de Sérgio Soares ao título. "É uma turma de muita personalidade", elogia.

Ex-atacantes assumem antigas mágoas do clube - Apesar das divergentes posturas ao analisar o perfil do Santo André, Tulica e Lance têm algo em comum: os ressentimentos contra quem, segundo eles, simplesmente os esqueceram. "Nunca me convidaram para nada. No ano passado, homenagearam vários jogadores do passado, mas não me chamaram. Disseram que não quis aparecer lá no restaurante. Não falaram a verdade. Depois, me contaram isso. As torcidas, ao contrário, sempre se lembram de mim", desabafa Tulica.

Lance também reclama do esquecimento. Ele poupa os dirigentes de agora, mas não perdoa os mais antigos. "Me demitiram duas vezes - como atleta e supervisor (durante quatro anos). Dei tudo de mim ao clube, mas não me valorizaram. Não senti nenhuma gratidão. Isso é da nossa cultura", supõe.

Segundo ele, o Timão respeita aqueles que escreveram a história alvinegra. "Recentemente fui passear na Colômbia e compareci ao treino do Corinthians no El Campín (Libertadores). Me trataram muito bem."

Presidente revela que a queda à Série B do Brasileiro ‘foi boa'

O fim da temporada 2009 foi melancólico para a torcida andreense. O rebaixamento à Série B do Brasileiro gerou muitos protestos dos torcedores, que viram o Ramalhão investir pesado no time, contratando jogadores caros, mas que depois não surtiram o efeito desejado e esperado. No entanto, para uma pessoa, houve um lado positivo na queda: o presidente da Gestão Empresarial andreense, Ronan Maria Pinto.

"Quando o Santo André caiu para a Série B, virei e disse para o Sérgio Soares (técnico): ‘estou aliviado'. Ele me perguntou o por quê, e respondi: ‘vamos começar tudo de novo, fazendo um trabalho mais certo", comentou o dirigente. "Errei no planejamento e não quero mais cometer erros velhos", completou, sem entrar em detalhes, mas descartando colocar a culpa nos jogadores que defenderam o time durante a temporada 2009.

Para um 2010 diferente, Ronan apostou na permanência do treinador Sérgio Soares, trouxe o experiente diretor executivo Carlos Arini, e investiu sem fazer loucuras, aproveitando as revelações da base e atletas que estavam em busca de um espaço para mostrar serviço. "Melhoramos o planejamento, trabalhamos pensando jogo a jogo e agradeço a toda a equipe, comissão técnica e todos, porque acreditaram no nosso projeto", disse o dirigente.

Hoje, o resultado está aí: a equipe é finalista do Campeonato Paulista. "Muitos podem não acreditar, mas fizemos o projeto com pensamento nas finais", revelou.

Com o sucesso vem o assédio aos principais jogadores do time, como Rodriguinho, Branquinho, Bruno César, Carlinhos, Gil e Alê. O presidente, no entanto, nega que propostas tenham chegado ao clube. "Não existe nada. O que posso dizer é que vamos tentar segurar todo mundo. Estamos tentando a renovação do Rodriguinho, e espero que os demais cumpram o contrato até o fim", explicou. "Hoje, a camisa do Santo André é a segunda pele de todos eles e, se Deus quiser, vão permanecer", completou Ronan.

De acordo com o dirigente, percebe-se no elenco o sentimento de que é possível ganhar do Santos na decisão e vão embalados por isso aos dois jogos. "Eles (santistas) não são imbatíveis. E sinto que os jogadores querem o título. Tenho certeza que vão dar tudo de si", concluiu. (Por Dérek Bittencourt)

Torcedores colocam faixas e enfeitam o Paço Municipal

O Paço Municipal está devidamente trajado para as finais do Campeonato Paulista entre Santo André e Santos. Ontem à tarde, membros da Torcida Fúria Andreense estiveram na da Prefeitura e estenderam as tradicionais faixas verticais azul e branca pelas faces do prédio, bem como haviam feito em 2008, após o acesso do Ramalhão à elite do Estadual.

Enquanto isso, a administração da cidade trabalha para realizar algum tipo de ação no dia da partida. Extraoficialmente estuda-se disponibilizar um telão àqueles que não forem ao Pacaembu, em local ainda a ser definido. A Prefeitura ficou de dar uma resposta definitiva amanhã.

Quanto ao transporte até o Pacaembu, segue a informação de que ônibus sairão de diversos pontos da cidade para levar os torcedores. (Por Dérek Bittencourt)

Time usa estrutura de Barueri novamente para se preparar - Ontem à tarde o Santo André viajou para Barueri, onde ficará hospedado e concentrado até sábado e, após a chegada, já foi para o campo realizar trabalho de campo reduzido sob o comando do técnico Sérgio Soares. O objetivo da atividade foi chamar a atenção à marcação. Por outro lado, aqueles que jogaram contra o Prudente, domingo, só participaram de uma parte das atividades e depois seguiram para a academia.

Quem não treinou e segue em tratamento físico foi o atacante Nunes. Com um problema que o incomoda desde o início do campeonato, no músculo adutor da coxa direita, o jogador trabalha intensivamente para estar em campo no domingo.

Com um gramado, academia, sala de musculação, spa, piscina e refeitório à disposição, o Centro de Treinamento de Barueri é ideal para a equipe estar 100% concentrada nos jogos contra o Santos.

"Chegamos a um momento decisivo e vai ser bom trabalhar estes dias em Barueri. Aqui temos uma estrutura muito boa e ficamos à vontade. Teremos um grande desafio pela frente, mas somos capazes de superá-lo", disse o meia Branquinho, que já utilizara o local quando era atleta do extinto Grêmio Barueri, no ano passado. "Conheço tudo por aqui e dou a dica ao pessoal", brincou o jogador. (Com Agências)




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