Esportes Titulo Momento delicado
Palmeiras tem decisão precoce em Pernambuco

Equipe joga o futuro na Copa da Libertadores logo na terceira rodada da fase de grupos contra o Sport

Por Raphael Ramos
Do Diário do Grande ABC
08/04/2009 | 07:00
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O efetivo de 725 homens destacado pela Polícia Militar de Pernambuco para fazer a segurança no confronto entre Sport e Palmeiras, hoje, às 21h50, na Ilha do Retiro, pela Libertadores, mostra a dimensão que a partida ganhou. Será o maior policiamento de um evento esportivo no Recife - no ano passado, quando o Sport bateu o Corinthians na final da Copa do Brasil foram 660 homens.

Apesar de o presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, ter reconhecido a importância do duelo, mas procurado tranquilizar o elenco ao afirmar na segunda-feira que o "mundo não acabaria" hoje, a pressão sobre os jogadores do Verdão é imensa. Uma derrota hoje à noite deixaria a equipe em situação extremamente complicada na Libertadores.

Ainda sem pontuar, o Palmeiras veria os pernambucanos chegarem aos nove pontos em três jogos pelo Grupo 1 e apenas com 100% de aproveitamento e uma combinação de resultados amplamente favorável nas próximas três rodadas conseguiria alcançar a fase de mata-mata.

Para evitar outro vexame, a diretoria armou um esquema de guerra. O clube optou por hospedar a delegação em um resort em Cabo de Santo Agostinho, a 40 quilômetros do centro do Recife. A comida será supervisionada para evitar problemas de intoxicação - como o ocorrido ano passado na Copa do Brasil - e policiais ficarão de plantão no hotel. O técnico Vanderlei Luxemburgo levou 25 atletas, sendo que apenas 18 irão para o jogo.

Mas o duelo não tem caráter decisivo apenas para os palmeirenses. Com o acirramento da rivalidade na temporada passada, o Sport considera "questão de honra" impor nova derrota aos paulistas. Pelas oitavas-de-final da Copa do Brasil, o Verdão foi goleado por 4 a 1. Pelo Brasileiro, foram mais duas vitórias pernambucanas: 2 a 0 e 3 a 0, a última no Palestra Itália.

Ansiedade do elenco preocupa os mais experientes

A Libertadores é uma obsessão para jogadores, dirigentes e torcedores do Palmeiras. Tanto que desde a derrota para o Colo Colo em pleno Palestra Itália, ninguém deixou de pensar no Sport antes, depois e até durante alguns jogos do Campeonato Paulista - o meia Diego Souza, por exemplo, comemorou o gol da virada contra o Botafogo, no domingo, gritando para a torcida "É quarta-feira."

Essa ansiedade, admitem os mais experientes, como o volante Edmílson, pode até jogar contra a equipe do Palmeiras, principalmente numa Ilha do Retiro lotada, com 37 mil torcedores. "É importante manter o foco na partida", afirmou Edmílson, que passou um mês recuperando a forma física justamente para o jogo de hoje - ele é o capitão e o líder do time em campo.

Outro ponto que preocupa é a cobrança em torno do elenco palmeirense, bem mais jovem se comparado ao do Sport, que conta com trintões como o goleiro Magrão (31 anos), o lateral-esquerdo Dutra (35) e o meia Paulo Baier (34). No Palmeiras, com exceção dos pentacampeões Edmílson (32) e Marcos (35), os demais titulares têm menos de 25 anos. "A maioria é jovem, mas possui experiência de duas, três temporadas de destaque", avaliou Edmílson.

É inegável também que os jogadores palmeirenses se sentem cobrados por fazer parte de um elenco bem mais caro e badalado que o do rival, o que, em tese, daria a eles o favoritismo.

"Gasto R$ 1,1 milhão com toda a minha folha salarial e sei que o Palmeiras paga isso só para sua comissão técnica", provocou o vice-presidente do Sport, Guilherme Beltrão. "E o Palmeiras gastou com o futebol R$ 8 milhões só no mês de março? Que coisa surreal."

(das Agências)




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