O comportamento do mercado acionário doméstico no último pregão de março não foi diferente do registrado ao longo de todo o mês e também do primeiro trimestre: volatilidade. A razão para o sobe-e-desce da sessão de ontem, no entanto, tem um nome – na verdade dois: Vale e Petrobras.

As principais ações da Bovespa foram as responsáveis pelo vaivém do índice durante todo o dia: quando subiam, puxaram os ganhos e, quando caíam ou diminuíam as altas, também assim conduziram o principal indicador da Bolsa doméstica.

A Bovespa fechou a segunda-feira com alta de 0,85%, aos 60.968,1 pontos. No mês, as perdas acumuladas foram de 3,97%, e, nos três primeiros meses de 2008, de 4,57%. Em janeiro, a Bovespa caiu 6,8% e, em fevereiro, subiu 6,7%. O volume continuou fraco ontem e totalizou apenas R$ 4,787 bilhões.

O minguado giro financeiro do mês passado – até dia 28, segundo informações do site da Bovespa, a média diária foi de R$ 5,604 bilhões, o menor volume desde os R$ 4,738 bilhões de setembro do ano passado.

Segundo uma fonte de um grande banco estrangeiro que não quis se identificar, a cautela é o que vai predominar no segundo trimestre. “Os investidores estão com o pé no freio, aguardando mais notícias para tomar alguma posição”, comentou ele ao destacar que, para a Bovespa, além da crise norte-americana, a alta de preços começa a preocupar.

“É cada vez mais forte a percepção de que os juros serão mesmo elevados. E isso afeta a Bovespa ao aumentar os custos das empresas, pressionando as margens, e também ao levar muitos investidores para a renda fixa.”

A pesquisa semanal Focus, divulgada ontem pelo Banco Central, trouxe uma revisão para cima das projeções do mercado para o indicador oficial de inflação, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em 2008 passou de 4,42% para 4,48%. Também subiram as projeções para a alta de preços de 2009 a 2012.