Setecidades Titulo Trânsito
Avenida dos Estados
coleciona problemas

Via, que liga região à Capital e passa por 3 municípios, sofre
há quatro décadas com erosão, lixo, mato alto e asfalto ruim

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
05/01/2013 | 07:00
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Mais um ano começa e os problemas espalhados pelos cerca de 15 quilômetros de extensão da Avenida dos Estados continuam os mesmos de quatro décadas atrás. Além de mato alto, buracos, remendos malfeitos no asfalto - fruto de recapeamentos parciais - entulho e lixo espalhados pela via, a erosão de trechos da margem do Rio Tamanduateí continua a preocupar.

Desde 1974, o Diário denuncia o descaso das autoridades com uma das principais avenidas da região, que faz a ligação com a Capital e passa por três municípios: São Caetano, Santo André e Mauá.

Nos últimos dois anos, a via passou por diversas intervenções, como a construção de dutos que levam água de reúso para o Polo Petroquímico feita pela Aquapolo. As intervenções, feitas entre outubro de 2010 e outubro de 2012, complicaram ainda mais o trânsito e prejudicaram o asfalto, que foi recuperado.

Outro fato que trouxe transtornos a motoristas e pedestres foi a erosão entre duas pontes para retornos que ligam as avenidas Antônio Cardoso e Augusto Ruchi à Avenida dos Estados. A recuperação do trecho demorou devido ao jogo de empurra entre a Prefeitura de Santo André e Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica).

A avenida também é famosa pelos alagamentos. Em março de 2011, uma professora que dirigia pela via caiu com seu carro no rio. Ela teve perfuração no tórax. Na época, o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) executava obras de reparo em trechos da pista, que cedeu por conta da chuva.

Entre as principais reclamações dos motoristas estão o trânsito intenso e os constantes canteiros de obras instalados no local, opina o frentista Cícero João, 46 anos. "Os buracos já foram problema maior, mas hoje melhorou bastante."

Para o presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos do ABC, Luiz Augusto Moretti, a existência permanente de pontos problemáticos na via se deve ao fato de não haver manutenção preventiva por parte dos órgãos competentes. "O ideal seria preparar um calendário de ações a serem realizadas aos domingos ao longo do ano", destaca. Segundo Moretti, geralmente só são realizadas melhorias corretivas.

Além disso, o fato de tanto o Estado quanto as prefeituras dividirem a responsabilidade sobre a realização dos serviços abre brecha para a omissão do poder público, segundo o especialista.

EROSÃO

Quem trafega pela via sentido Mauá pela faixa da esquerda na altura do número 4.800 depara-se com trecho de cinco metros de margem que cedeu, levando junto a grade de proteção, há cerca de uma semana.

A erosão ocorre a 300 metros de um dos 14 pontos, incluindo trechos da Capital, que receberam melhorias pelo Daee há sete meses, a custo de R$ 10,8 milhões.

O local foi interditado pelo Semasa na quarta-feira, quando a autarquia informou ter notificado o Daee, responsável pela manutenção dos córregos. O órgão estadual informou, por sua vez, que enviou técnicos para realizar vistoria, mas não esclareceu quando fará os reparos de contenção.

A professora do curso de Geografia da Fundação Santo André Maria Glória da Silva Castro explica que a erosão é um processo natural, desencadeado pelas fortes chuvas ou à impermeabilização das margens dos córregos. "O rio é dinâmico. Pode depositar ou retirar materiais. Nesta época do ano, corre em maior velocidade e com maior quantidade de água", diz.




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