Cíntia Bortotto Titulo Recursos Humanos
A seleção e o turnover

Há o grande desafio de contratar em um mercado em que a falta de qualificação é algo tão presente

Por Cintia Bortotto
24/02/2014 | 07:05
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Muita gente me fala da dificuldade em reter talentos. Afinal, até que ponto a má seleção colabora para esse turnover?

Contratar com o perfil errado ou sem entender muito bem as motivações que levam a pessoa a querer aquele emprego pode significar um turnover em potencial. Portanto, ter um processo seletivo bem conduzido, de maneira profissional, com todas as etapas cumpridas, desde o levantamento do perfil, passando por uma boa entrevista por competências e por fim uma integração que deixe a pessoa confortável.

Saber o que fazer e ter conhecimento técnico para isso é um diferencial em qualquer função. Em seleção não é diferente. Saber identificar a pessoa certa para o cargo, competências e perfil adequado reduzem demasiadamente o custo de um turnover. Se pararmos para pensar em todo o investimento feito e ainda no salário de profissionais envolvido no treinamento de novos funcionários, teremos que o custo de uma contratação errada não é menor que quatro salários do colaborador se ele sai com poucos meses de companhia. Portanto, saber identificar a pessoa certa é extremamente estratégico para as empresas. Profissionalizar essa área também o é.

Por isso, o profissional recrutador deve estar preparado. A formação em psicologia ajuda nas leituras comportamentais, mas temos ótimos recrutadores que não têm esta formação e conseguem ter uma boa leitura da pessoa que se apresenta em um processo. Hoje, a entrevista por competências, que é uma técnica utilizada por profissionais de diferentes formações, não prevê a formação em psicologia. Alguns tipos de testes psicológicos que podem complementar a leitura do candidato só podem ser aplicados por alguém formado em Psicologia.

Na hora de analisar o candidato, reforço a parte de competência, principalmente as atitudes demonstradas em exemplos de comportamento durante a entrevista. Em RH, temos a máxima: “admite-se pela técnica e demite-se pelo comportamento”. Talvez se olharmos para o comportamento no momento do recrutamento teremos índices melhores de turnover nas empresas.

Neste contexto, temos um grande desafio, como contratar em um mercado em que a falta de qualificação é algo tão presente?..... O fato é que também os recrutadores fazem parte, guardadas as devidas proporções, deste grupo que tem chegado ao mercado de trabalho cada vez menos preparado do ponto de vista de educação de base. E isto é um problema. Outro problema é que quando colocamos fases no processo seletivo, como provas, redações, etc eliminamos muita gente e ficamos com um universo pequeno para a quantidade de vagas que temos, então nos restam algumas escolhas:

1. Recrutar em fontes que nossos concorrentes ainda não chegaram, fontes que tragam pessoas melhor qualificadas.

2. Transformar nossa vaga em algo atrativo, não do ponto de vista financeiro, mas do ponto de oportunidade de carreira.

3. Pensar em continuar em caráter assistencial o que é de responsabilidade do Estado, ou seja a educação das pessoas que não puderam ter acesso a ela.

4. Mostrar ao jovem que ele ganha se investir na carreira e encantá-lo na integração.

Siga confiante e boa sorte!
 




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