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Tática de líder?

O vereador de São Bernardo José Ferreira (PT) está perdendo a paciência com o líder do governo na Câmara, Ary de Oliveira (PSB)

Do Diário do Grande ABC
11/05/2008 | 00:00
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O vereador de São Bernardo José Ferreira (PT) está perdendo a paciência com o líder do governo na Câmara, Ary de Oliveira (PSB). Pela segunda semana consecutiva, o governista barrou um requerimento do petista no qual ele solicita esclarecimentos ao Executivo sobre uma área onde residem 50 famílias, no Jardim Detroit.

No documento, o parlamentar questiona se a área é privada ou pública e pede para a Prefeitura especificar os projetos habitacionais que pretende implementar na região. "Se não têm nada a esconder, não entendo porque não assinam o requerimento", atacou Ferreira.

A tática do líder governista para evitar que a bancada assinasse o documento foi simplesmente escondê-lo dos demais parlamentares. "Se ele quiser realmente saber se o terreno é particular basta ir ao cartório e solicitar o registro. Não precisa perguntar à administração", despistou Oliveira.

Irritado com a manobra, Ferreira disparou. "É uma falta de respeito. Um líder tem de ser capaz de manter um bom relacionamento com todos os vereadores, inclusive da oposição. Se ele não concorda, tem de explicar os motivos, não virar as costas e me deixar com o papel na mão, sem resposta."

Nas últimas sessões, o requerimento teve as mesmas seis assinaturas: quatro da bancada petista, mais a dos oposicionistas Miranda da Fé (PPS) e José Walter Tavares (PCdoB).

Entrevista

Pela primeira vez após a ruptura da chapa governista de São Bernardo - ex-prefeito Maurício Soares (PSB) como cabeça e deputado estadual Orlando Morando (PSDB) como vice - o coordenador regional do PSDB, Admir Ferro, comenta o anúncio antecipado da composição, que terminou no início do ano, quando Morando decidiu lançar candidatura própria. Segundo o tucano, o bloco se rendeu à pressão da imprensa quando revelou, em meados de 2007, a chapa. Ferro admite, no entanto, que o balão de ensaio acabou sendo "positivo", pois evitou um rompimento às vésperas das convenções. "Imagine se anunciássemos agora?"


DIÁRIO - Depois de todo o impasse envolvendo os nomes dos candidatos a prefeito e vice do grupo governista, podemos afirmar que o prefeiturável do bloco está finalmente definido?

ADMIR FERRO - Não há mais impasse. O (deputado estadual) Orlando (Morando) é candidato a prefeito do PSDB e nós queremos aliança com o PSB, queremos que eles apontem o vice.

DIÁRIO - Como o PSDB entendeu o "não" de Maurício Soares sobre a oferta de vice da sigla?

FERRO - Lamentamos a sua saída. O trabalho que fizemos na Secretaria de Educação foi porque Maurício confiou na nossa equipe. Não fiz nada sozinho. Gostaria que ele estivesse conosco, tanto que abri mão da minha candidatura para ele ser candidato a prefeito. Mas ninguém pode obrigá-lo a fazer algo que ele não quer.

DIÁRIO - O PSDB tem preferência pelo vice do PSB?

FERRO - A gente não escolhe o nome e sim a aliança. Queremos o PSB porque é o partido do prefeito (William Dib), tem uma grande bancada na Câmara e está conosco desde 1997. São três mandatos que governamos juntos e vamos continuar. Agora,com o PSDB à frente.

DIÁRIO - Na avaliação do sr., o que motivou o anúncio antecipado da chapa?

FERRO - Não sei avaliar se foi um anúncio precipitado porque até hoje os outros partidos não têm candidatos. Lembro-me que àquela época eu era pré-candidato a prefeito e a imprensa ficava pressionando para o lançamento oficial, dizendo que a oposição já tinha revelado o candidato. Mas, hoje, penso que se algo não deu certo naquele lançamento foi bom. Até porque, imagine se lançássemos na convenção e não desse certo?

DIÁRIO - O sr. acredita na polarização entre as candidaturas tucana e petista?

FERRO - Acho que o PT sai com candidato, mas não acredito na candidatura de Luiz Marinho (ministro da Previdência Social) por uma questão simples: ele não largaria o Ministério para ser candidato a menos que tivesse uma possibilidade muito grande de vitória.

DIÁRIO - Os petistas contam com o presidente Lula no palanque. O apoio dele ameaça a candidatura do PSDB?

FERRO - O voto é muito pessoal. Se o Lula tivesse força para eleger alguém, todos os prefeitos do Brasil seriam petistas porque o presidente tem um índice de aprovação grande. Por outro lado, se isso realmente valer, nós temos a imagem do (governador) José Serra, do (ex-governador) Geraldo Alckmin e do Dib. Os apoios são importantes, mas nada como o candidato. Afinal, é ele quem traz o voto.(Rita Donato)

DESTAQUE DA SEMANA

Após meses de espera, o Legislativo de Mauá decidiu dar uma resposta à sociedade e votou o parecer do TCE (Tribunal de Contas do Estado) referente ao balanço da Prefeitura de 2004, último ano de administração do ex-prefeito Oswaldo Dias (PT-foto). E, como previsto, acatou a análise do órgão, que rejeitou a documentação do petista.

A rejeição pode representar o fim da pré-candidatura do petista, já que dá margem para uma possível sentença de inelegibilidade, impossibilitando-o de disputar o pleito, em outubro.

No entanto, o PT garante ter um trunfo: uma decisão da Justiça que declara as contas aprovadas. Para o partido, o despacho derrubaria o parecer do TCE. Neste aspecto, os advogados da Câmara discordam: dizem que não há como anular uma análise do órgão.

Você Sabia

Após quatro anos longe da Câmara de São Bernardo, o ex-secretário de Educação do município Admir Ferro (PSDB) retornou ao Legislativo.

O vereador tirou 30 dias de férias antes de retomar às atividades de parlamentar, que foram deixadas em segundo plano logo após sua eleição, em 2004.

À época, ele foi convidado pelo prefeito William Dib (PSB) para integrar o primeiro escalão da Prefeitura.

Embora tivesse afirmado recentemente que só disputaria a eleição como candidato a prefeito, Ferro decidiu concorrer a uma vaga na Câmara. Em 2004, ele foi o segundo vereador mais votado da cidade, perdendo apenas para Alex Manente (PPS), hoje deputado estadual.

Frases

"É tática do grupo governista para desaquecer a candidatura do Marinho porque ele é o único candidato que eles realmente temem."
Wagner Lino (PT), vereador de São Bernardo, ao rebater a afirmação do coordenador regional do PSDB, Admir Ferro, de que o ministro da Previdência, Luiz Marinho, não será candidato a prefeito pelo PT.

"Meus ídolos estão todos morrendo."
Ademir Silvestre (PSB), ex-secretário de Habitação de São Bernardo, ao comentar o fim da amizade com o ex-prefeito Maurício Soares (PSB).


"Temos de reconhecer os bons investimentos do PAC, do presidente Lula, na cidade. Mas nem mesmo os municípios petistas se empenham em aplicar bem as verbas."
José Auricchio Júnior (PTB), prefeito de São Caetano, sobre os recursos do governo federal aplicados pela administração municipal nas obras de combate às enchentes na cidade.


"Sou Láercio Soares até debaixo d'água."
Jair Batista, o Pastor Jair (PT), vereador de Diadema, afirmando ser favorável a uma coligação proporcional do PT com o PCdoB, do vereador Láercio Soares, que segue indefinida.


"É uma alegria para mim ajudar a concretizar projetos que trazem desenvolvimento sustentável para a região."
Vanessa Damo (PV), deputada estadual de Mauá, ao comentar a inauguração do posto do Banco do Povo Paulista na cidade, programa do governo estadual.

1 - Depois de inaugurar na sexta-feira a reforma e ampliação da Emef Décio Machado Gaia, a Prefeitura de São Caetano entrega hoje, às 11h, a Praça José Jácome Formiga, construída em frente ao parque Cidade das Crianças, na Avenida Presidente Kennedy. No local funcionará um ponto de conveniência, com café e revistaria.

2 - PT e PCdoB definiram neste fim de semana as bases do acordo para que os comunistas apóiem a pré-candidatura do deputado estadual Vanderlei Siraque (PT) à Prefeitura de Santo André. O anúncio oficial da aliança, porém, deve ocorrer nesta semana. O PCdoB é o sexto partido a fechar com os petistas.

3 - A Câmara de São Bernardo aprovou, na sessão ordinária da última quarta-feira, projeto de lei do prefeito William Dib (PSB) autorizando repasse de R$ 160,3 mil à FUABC (Fundação do ABC) para arcar com os custos do programa Renast (Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador), custeado pelo governo federal. A União já encaminhou ao município R$ 170 mil para investimento no programa.

4 - O pré-candidato a prefeito de Diadema pelo PT, o deputado estadual Mário Reali, irá realizar hoje, a partir das 9h, na Sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC-Diadema - à Avenida Encarnação, 290, Piraporinha - um seminário de sistematização do seu plano de governo para as eleições municipais de outubro. O processo de discussão e debate levou cerca de dois meses e incluiu a realização, em março, de 11 plenárias regionais na cidade e, em abril, de seis seminários temáticos com especialistas de diversos setores.

5 - O PT de São Caetano bateu o martelo sobre a chapa que disputará o comando do Paço em outubro. Em reunião ontem, os petistas optaram por oferecer a vaga de vice de Jayme Tortorello ao PPS, de Marquinho Tortorello. Nesta semana, a missão será acalmar o presidente do PDT, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, e manter a sigla na bloco de alianças.

6 - O PDT de Diadema passou a ser presidido por Américo Nicolatti, em substituição a Miguel Torres, que passou a integrar a executiva estadual. O partido pertence atualmente ao bloco de sustentação do PSB, do ex-vereador Manoel José da Silva, o Adelson. De acordo com o novo presidente, a possibilidade de Adelson ser nomeado o vice na chapa majoritária do PSDB, encabeçada pelo deputado estadual José Augusto da Silva Ramos, será alvo de um novo estudo. "Hoje estamos com o PSB para trabalhar pelo resgate do bloco de esquerda. Porém, caso essa composição com o deputado José Augusto aconteça não vamos descartá-la simplesmente. Vamos recomeçar discussões", explica.




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