Política Titulo Cobrança
Estado pressiona
Lauro Michels
por integração

Aumento nas tarifas de trólebus, Metrô e CPTM vira argumento para fim do benefício em Diadema

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
10/06/2013 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


O prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), passou a ser mais pressionado pelo governo do Estado para a cobrança da integração nos terminais Diadema e Piraporinha da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos). A carga foi intensificada após a empresa definir novos valores praticados no sistema metropolitano.


No mês passado, a estatal anunciou acréscimo de 9,7% no valor da passagem do trólebus no Corredor ABD, que passa pelo Jabaquara, na Zona Sul da Capital, Diadema, São Bernardo, Santo André e São Mateus, na Zona Leste de São Paulo. Antes em R$ 3,10, o bilhete agora custa de R$ 3,40.


O principal argumento do governo do Estado é a decisão proferida pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) a favor da cobrança da baldeação, gratuita nos terminais da cidade desde o início da década de 1990. A EMTU alega investimentos em eletrificação e modernização do sistema para encerrar o convênio de mais de duas décadas com a Prefeitura. O anúncio do fim do acordo foi feito em 2011, ainda na gestão de Mário Reali (PT).


“O prefeito tem tido conversas constantes com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) para auxiliar nesse assunto. É algo que sempre o incomoda e a pressão está grande”, confidenciou integrante do primeiro escalão da administração de Lauro Michels.


Nos corredores do Palácio dos Bandeirantes, ventila-se a informação de que a EMTU vai cobrar tarifa cheia pela integração nos terminais. Ou seja, o usuário que desembarcar nos postos de Diadema ou Piraporinha com objetivo de utilizar outro ônibus terá de desembolsar R$ 3,40.


No mês passado, além dos novos valores para trólebus, subiram também o custo das passagens de ônibus na Capital, trem e Metrô – todos passando para R$ 3,20. Essa situação teria adicionado mais pressão sobre os ombros de Lauro para um desfecho no assunto.


A EMTU não respondeu aos questionamentos do Diário sobre o início de cobrança.

 

LONGE DO ACORDO


Lauro prometeu na campanha que a baldeação não seria tarifada e, para isso, apostava no elo com Alckmin. No início do mandato, ele esteve diversas vezes no Palácio dos Bandeirantes pedindo ao governador interceder na discussão.


Antes de Lauro assumir a Prefeitura, o governo do Estado chegou a sugerir acordo para a cobrança do benefício. Cada viagem adicional custaria R$ 1, sendo metade do valor bancado pela gestão estadual enquanto o restante sairia dos cofres do Paço de Diadema.

Reali rejeitou a proposta, justificando que a administração municipal não tinha dinheiro para arcar com a quantia praticada e que aceitar a sugestão seria o início de cobranças cada vez mais caras. O petista tentou, até seu último dia de mandato, garantir a integração gratuita pela Justiça. 




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