Uma repórter da AFP viu quando chegavam dois corpos e depois outros dois em ataúdes no necrotério do hospital. Segundo o médico Said Altah, mais oito pessoas foram feridas. O jornal americano The Washington Post dá conta de que três civis iraquianos morreram.

Dos feridos, um é policial iraquiano. Este último contou que os homens do posto policial situado a uma centena de metros dos edifícios do governo dispararam primeiro para dispersar ladrões que tentavam assaltar um banco e que depois eles mesmos foram alvos de disparos provenientes do alto dos edifícios do governo, onde, segundo testemunhas, se encontram soldados americanos.

Indagado a respeito, um porta-voz do exército americano limitou-se a declarar que houve "um incidente". Segundo as testemunhas, depois que a polícia conseguiu deter um dos ladrões do banco e quando este era levado para o prédio do governo, os curiosos começaram a se aglomerar e a seguir os policiais.

Foi nesse momento que os soldados americanos, posicionados no interior e no telhado do prédio da prefeitura, começaram a disparar "às cegas" contra a multidão, segundo uma das testemunhas. "Não nos deixaram recolher os feridos", acrescentou.

De acordo com o testemunhos de outras pessoas, os soldados usaram metralhadoras e dispararam contra um ônibus que se encontrava na rua oposta à praça central.

Mais mortos - Na terça-feira, um outro tiroteio deixou pelo menos dez pessoas mortas, segundo declarações de fontes médicas que atenderam aos feridos. Nesta manhã, o general americano Vicent Brooks, do Comando Central dos EUA no Catar, deu conta de que sete iraquianos foram mortos por forças aliadas durante violentos protestos contra o governador de Mosul.

Brooks disse que os manifestantes atiraram contra fuzileiros navais e soldados das forças de Operações Especiais perto de um prédio do governo ocupado pelos militares americanos no centro da cidade e os soldados dos EUA revidaram.