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Recusa de Chirac a debater com Le Pen aumenta tensão eleitoral
Por Das Agências
24/04/2002 | 09:45
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A tensão entre os finalistas da eleição presidencial francesa se tornou maior depois da recusa do chefe de Estado de saída, Jacques Chirac, a participar de um debate na televisão com seu rival, o candidato da extrema-direita Jean-Marie Le Pen.

Enquanto isso, cerca de sessenta organizações anti-racistas, sindicais e políticas convocaram uma manifestação no próximo sábado em Paris contra Le Pen. "Diante da intolerância e do ódio, não há negociação nem compromisso nem debate possíveis", disse nesta terça-feira Jacques Chirac num comício na cidade de Rennes, capital da região da Bretanha (Oeste).

Um pouco mais tarde, falando em rede nacional de televisão, o candidato da extrema-direita citou um provérbio e usou o tom empregado em brigas de adolescentes para classificar a resposta negativa de seu adversário.

"Chirac se acovarda, não se atreve a lutar, foge e insulta de longe", disse Le Pen. Entretanto, o semanário satírico Le Canard Enchainé, resumia em sua edição desta quarta-feira o dilema no qual se encontram os franceses no segundo turno da eleição. Ao mesmo tempo, o veículo convoca a votar contra o candidato da extrema direita.

Esta opção de voto em favor de Chirac no segundo turno era anunciada claramente nesta quarta-feira pelo primeiro secretário do partido socialista, François Hollande, numa entrevista ao jornal Liberatión (esquerda), na qual falou sobre as orientações táticas do PS para as legislativas, que acontecem em 9 e 16 de junho.

"Votar por Chirac, é uma opção que jamais imaginei. Mas Le Pen é um perigo para a república", disse Hollande. "Vamos nos mobilizar para o dia primeiro de maio por toda a França e faremos no dia 5 de maio (data do segundo turno) a volta da república".

"A esquerda reagrupada deverá encarnar a esperança na ocasião das eleições legislativas", afirmou o dirigente socialista, acrescentando que "tem de haver uma dinâmica de esquerda para o voto contra Le Pen chegar as classes populares, que são seu pior inimigo.

O primeiro-ministro Lionel Jospin, por sua vez, participou neste dia do seu último Conselho de Ministros, que será ao mesmo tempo o último do mandato de sete anos do presidente Jacques Chirac.

ustrando o impacto que provocou na Europa o sucesso eleitoral do candidato da extrema-direita na França, em Bruxelas, várias associações de defesa dos direitos humanos convocaram uma manifestação à tarde de repúdio quando Le Pen estiver no Parlamento Europeu. Na França, depois de uma série de manifestações de repúdio à extrema-direita e ao fascismo, feitas principalmente por jovens em todo país, cerca de sessenta organizações anti-racismo, sindicais e políticas convocaram uma manifestação para sábado em Paris.

Como o lema "pela igualdade de direitos e pela democracia, contra o racismo e o antisemitismo, contra a extrema-direita e pela derrota de Le Pen", as organizações convocam os franceses a repetirem a grande manifestação no dia 1º de maio.




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