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Brasil diz que enviar tropas ao Iraque é 'improvável'
19/09/2003 | 00:09
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O ministro da Defesa, José Viegas, confirmou esta quinta-feira ter recebido "sondagens indiretas" da parte de "norte-americanos" sobre a possibilidade de o Brasil enviar tropas ao Iraque. Viegas, no entanto, afirmou ser muito "improvável" que o Brasil venha a fazê-lo. "A opinião pública brasileira saberá bem quais são as razões que nos levam a não favorecer, em princípio, a exposição de tropas brasileiras a circunstâncias da guerra e do pós-guerra no Iraque", disse.

Questionado se as sondagens indiretas teriam partido da embaixada dos EUA no Brasil, o ministro disse que não, mas não forneceu mais detalhes. Ele fez essas declarações após participar de solenidade de entrega da medalha da Ordem do Rio Branco a diversas personalidades, no Palácio do Itamaraty.

Na segunda-feira, as assessorias de Comunicação Social dos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores haviam assegurado que não houve nenhum contato entre autoridades norte-americanas e brasileiras sobre o envio de tropas ao Iraque.

As afirmações de Viegas reforçam versão publicada na segunda-feira pelo jornal USA Today, segundo a qual o governo do presidente George Bush estaria "cortejando" Brasil, Argentina e Chile para enviar soldados ao território iraquiano. No mesmo dia, o Departamento de Estado informou que o governo norte-americano fez recentemente uma ampla consulta com grande número de países sobre o envio de tropas.

Já o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que "quem tem que ser responsável pela paz e segurança no mundo são as Nações Unidas, o Conselho de Segurança". Em entrevista ao programa Bom Dia Brasil, da TV Globo, esta quinta-feira pela manhã, ele lembrou que esses organismos "foram criados para isso, para evitar os problemas todos que ocorreram, que antecederam a 2ª Guerra Mundial".

Amorim criticou a política de segurança e as intervenções norte-americanas em outros países. "Não é por serem os Estados Unidos. Qualquer outro país que se arrogue o direito de assumir essa função estará caminhando para criar problemas para si próprio e não está contribuindo para resolver os problemas mundiais", acrescentou.




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