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Importação em setembro atinge US$ 17 bi, recorde para mês
03/10/2010 | 06:59
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As encomendas para o Natal e os investimentos produtivos no País aceleraram o aumento das importações em setembro, cujo resultado de US$ 17,740 bilhões bateu o recorde para o mês. Segundo dados do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), a média diária das compras internacionais no mês foi 41,3% superior à registrada no mesmo período de 2009.

"Houve aumento nas importações em todos os itens, mas as compras de bens de capital continuam fortes com crescimento impressionante de 50,5% no mês", avaliou o secretário de comércio exterior do MDIC, Welber Barral. Os produtos dessa categoria com maior crescimento nas compras em setembro foram os de maquinaria industrial (89,8%) e equipamentos de transporte (51,3%), como veículos de carga, tratores e veículos rodoviários. "O nível de investimento estrangeiro direto no Brasil está alto e impulsiona importações de bens de capital", completou Barral.

Além disso, segundo ele, a composição dos estoques de Natal geralmente se concentra nos meses de agosto e setembro, impulsionando as importações nesse período. No mês, as compras de vestuário, por exemplo, aumentaram 67%. O resultado também se reflete na expansão de 73% nas compras de mercadorias chinesas em setembro, na comparação com o mesmo mês de 2009, principalmente de eletroeletrônicos, mas também de aço e máquinas e equipamentos.

O real valorizado também estimula as compras no Exterior. As importações de automóveis, por exemplo, ficaram 47,2% maiores do que as de setembro de 2009.

A conta ainda é inflada pelo aumento do consumo de insumos importados na indústria nacional, que representam quase metade dos desembarques no País. "A indústria brasileira começa a trocar insumos nacionais por importados para continuar competitiva. Esse é o maior impacto do câmbio."

A questão cambial, revelou o secretário, tem gerado constantes reclamações no setor produtivo, que sofre em diversas escalas de impacto. Isso porque além da concorrência com importados no mercado doméstico, os brasileiros têm cada vez mais dificuldade em concorrer com produtos chineses e coreanos em terceiros mercados, como os países da América Latina. "Existem países que controlam artificialmente o câmbio, competindo com exportações brasileiras, tanto que o ministro Guido Mantega (Fazenda) tem falado em guerra cambial", disse o secretário. "A manipulação do câmbio como ocorre hoje distorce vantagens comparativas no comércio internacional."

EXPORTAÇÕES

Sobre as exportações, que alcançaram US$ 18,833 bilhões em setembro, o secretário destacou o aumento de 61,9% nas vendas de básicos na comparação com o mesmo mês de 2009, efeito ampliado pelo aumento de preços de importantes commodities da pauta brasileira, como minério de ferro, café em grão, milho e açúcar.

O resultado refletiu em crescimento no mês de 74,2% nas exportações para a China, grande compradora de produtos básicos.




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