O empresário Sérgio Gomes da Silva, principal testemunha do seqüestro do prefeito Celso Daniel (PT), prestou depoimento no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa Humana (DHPP) por mais de seis horas nesta terça-feira. Testemunha-chave do caso, Gomes confirmou que portava uma arma em sua Mitsubishi Pajero na noite do crime e disse que não conseguiu usá-la contra os bandidos porque tentou desvencilhar-se do cerco armado pela quadrilha.

O empresário vai ser inserido no programa de Proteção à testemunha do Estado. Nesta terça, quando deixou DHPP, dois homens já faziam a sua segurança pessoal. Gomes forneceu informações para a elaboração de retratos falados dos seqüestradores. O primeiro foi divulgado por volta das 23h50. Trata-se de um homem moreno, com de 20 a 25 anos, 1,73 m de altura, cabelos e olhos castanhos.

Pane - Amigo próximo de Celso Daniel e companheiro do prefeito na noite do crime, Sérgio Gomes da Silva afirmou ao delegado Armando de Oliveira Costa Filho que as portas da caminhonete se abriram por causa de alguma pane elétrica, defeito que provocou ainda a quebra do sistema de câmbio automático. Os membros quadrilha estavam bem vestidos, confirmou Sérgio ao delegado.

Silva daria uma entrevista à imprensa às 16h desta terça na sede da SóDiesel, uma empresa de sua propriedade, no Parque São Lucas (zona Leste de São Paulo). Mas a coletiva foi cancelada por causa do depoimento no DHPP. A assessoria do empresário afirmou que ele falará com a imprensa na quinta-feira, às 11h.

O advogado e deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), designado pela direção do PT para acompanhar o caso Celso Daniel, ouviu o depoimento. Promotores de Santo André (cidade onde nasceu, vivia e trabalhava Celso Daniel), São Paulo (onde ocorreu o seqüestro) e da região de Juquitiba (onde foi encontrado o corpo de Celso Daniel, no domingo) também acompanharam o depoimento. São eles, respectivamente, José Reinaldo Guimarães Carneiro, Sérgio Peixoto Camargo e Saulo Mohmri dos Santos Júnior.