Economia Titulo Custo
Juro é o menor desde o fim de 2010

Taxa média chegou a 42,1% em abril ao recuar 2,3 pontos
percentuais, de acordo com a pesquisa divulgada pelo BC

Por Erica Martin
26/05/2012 | 06:35
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A taxa média dos juros destinados às famílias brasileiras chegou a 42,1% em abril ao recuar 2,3 pontos percentuais, de acordo com pesquisa divulgada ontem pelo BC (Banco Central). Já para as empresas a queda foi de 1,4 pontos percentuais e chegou a 26,3% ao ano. Os índices são os menores desde dezembro de 2010."A redução vem há um mês sendo provocada pelo governo por meio dos bancos públicos (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) e, para não perder mercado, os privados tiveram que mudar também", comentou o professor de Economia Samy Dana, da FGV (Fundação Getulio Vargas),

O cheque especial para pessoa física foi a modalidade mais impactada. O BC registrou queda de 10,9 pontos percentuais em relação a março e a taxa anual caiu de 185% para 174,1%, a menor desde fevereiro de 2011. Em seguida, aparece o crédito pessoal, com redução de 4,1 pontos com taxa anual de 44,7%. Já o consignado (empréstimo descontado na folha de pagamento) registrou declínio de 1,2% e taxa anual passou para 25,9%. Os juros para aquisição de veículos também sofreram leve redução de 0,5%.

O spread bancário - diferença entre as taxas de aplicação e a captação da instituição - também foi reduzido tanto para pessoa física como jurídica em 1,5% em abril na comparação com março. No entanto, para Dana, as taxas para o crédito pessoal e o cheque especial - modalidades com o maior spread do mercado - não devem, por enquanto, sofrer novas mudanças. "A Caixa, por exemplo, já reduziu o lucro dos bancos e os acionistas já começam a reclamar", explicou.

A expectativa, diz ele, é que na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), no dia 30, a taxa básica de juros, a Selic, sofra queda de 0,25% e passe de 9% para 8,75% ao ano. E a perspectiva é que as políticas de reduções sejam mantidas. O mercado espera que os juros cheguem a 8% até o fim do ano.

Para o professor de Análise de Investimento da FIA (Fundação Instituto de Administração) Bolívar Godinho, dois fatores poderiam reverter o cenário de quedas. O agravamento da crise europeia (o que já está previsto em razão da saída da Grécia da zona do euro), é o que poderia impulsionar a saída de dinheiro do País. Como alternativa, o governo brasileiro poderá aumentar a Selic com objetivo de atrair novos investidores. O aumento da inflação é outra possibilidade. "Mas o governo trabalha com índice próximo à meta (6,5% ao ano) ou menor", explicou.

 

 




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