Política Titulo Radar pela região
TCE identifica R$ 330 mi em obras paradas ou atrasadas na região

Levantamento aponta 24 intervenções em seis cidades; mais cara fica em São Bernardo

Fabio Martins
Do Diário do Grande ABC
02/05/2021 | 07:00
Compartilhar notícia
Denis Maciel/DGABC


 Levantamento do TCE (Tribunal de Contas do Estado), com dados compilados pelo Diário, detectou 24 obras públicas com problemas de cronograma ou paralisadas no Grande ABC. A soma dos valores iniciais dos contratos dessas intervenções – a maioria no setor de infraestrutura urbana – atinge R$ 329,9 milhões. Os números foram obtidos em painel criado pela corte, abastecido pelos órgãos competentes no quarto trimestre do ano passado e atualizado em janeiro, para apontar descompassos de ações adotadas nos municípios.

Na lista estadual entram obras em seis das sete cidades – exceção de São Caetano. O item elencado mais robusto está situado em São Bernardo. Trata de urbanização, produção de unidades habitacionais e equipamentos no Parque São Bernardo, cujas intervenções foram assinadas pela cifra de R$ 83,7 milhões. Há menção a outras cinco obras, que, acrescidas à quantia da intervenção anterior, impacta no volume de R$ 214,3 milhões. Entre elas, implantação de três corredores de ônibus: São Pedro, Castelo Branco e Estrada dos Alvarengas, além de urbanização do segundo trecho do projeto Saracantan/Colina, no valor de R$ 11,4 milhões – a estimativa de inauguração era março.

O rol insere três obras em Santo André. Todas têm status de atrasadas, contam com aditivos e se arrastam há mais de seis anos - somadas elas envolvem R$ 39,6 milhões, em convênios com o governo federal. São urbanizações dos núcleos Espírito Santo (R$ 12 milhões), Jardim Cristiane (R$ 6 milhões) e Jardim Irene.

Em Diadema, o TCE aponta a construção da central de triagem Chico Mendes, no valor de R$ 1,7 milhão. O convênio com a União previa entrega da obra, hoje paralisada, em junho de 2019. Em Mauá são R$ 53,7 milhões em obras. As principais são intervenções do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Encostas, de R$ 21,3 milhões, e urbanização do Jardim Oratório (R$ 25,9 milhões).

Ribeirão Pires acumula seis obras na lista, na quantia de R$ 6,6 milhões no total. Neste cômputo aparecem ações complementares no Hospital Santa Luzia, ao preço de R$ 1 milhão, bem como construção de UBS no Parque Aliança, implantação de centro de iniciação ao esporte e quadras em escolas. O relatório cita em Rio Grande da Serra as construções do terminal rodoviário municipal (R$ 2,4 milhões) e da Praça do Mirante (R$ 1 milhão).

A Prefeitura andreense alegou que as três obras destacadas “estão em andamento e com aditivos de prazo em relação ao contrato inicial”. Segundo o Paço, as intervenções já vinham com estes aditivos sendo estendidos desde outras gestões, com ritmo muito lento ou quase parado. “Ressaltamos que a atual gestão recebeu os contratos com administração financeira e com cronograma em descompasso com a realidade e buscou um realinhamento deles para colocar nos trilhos novamente as obras de urbanização, sendo que algumas, devido às circunstâncias de tempo em relação aos projetos originais, precisaram passar por adaptações de projeto.”

São Bernardo pontuou que as obras listadas pelo TCE já foram entregues, com exceção da urbanização do Saracantan/Colina, que aguarda processo de desapropriação para prosseguimento do projeto. Diadema frisou que a obra de construção da central de triagem foi cancelada, além de sustentar que as ações do Iguassu foram concluídas. Em relação ao C.H. Diadema, defendeu que a intervenção é da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo), o que caberia ao Estado esclarecer a situação.

Ribeirão mencionou a atual gestão herdou as obras citadas já paralisadas de governos anteriores. “As mesmas serão reprogramadas enquanto a prefeitura busca recursos para viabilizá-las. “Quanto ao Hospital Santa Luzia, o Estado solicitou alguns ajustes no projeto, porém, até o momento não houve retorno favorável para a parceria.”

Sobre o atraso no andamento do terminal, Rio Grande afirmou que a obra se encontra em processo de rescisão contratual por abandono da empresa responsável pela execução. Em relação à Praça do Mirante, assinalou que aguarda aprovação de reprogramação da Caixa.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;