O ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira deve ser ouvido na próxima quarta-feira pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Bingos. A Polícia Federal conseguiu entregar a intimação da comissão ao ex-secretário no início da noite desta segunda-feira.

Em entrevista publicada no final de semana pelo jornal O Globo, Pereira admitiu a existência de um esquema de arrecadação ilegal de recursos no governo e revelou que o empresário Marcos Valério pretendia obter R$ 1 bilhão por meio dessa prática.  

"As declarações de Sílvio Pereira confirmam tudo aquilo que nós sabíamos, mas faltava alguém que fosse da intimidade do Palácio do Planalto, da intimidade do PT. Ele é um homem que conhecia tudo que acontecia dentro do partido, era da executiva nacional, ex-dirigente do PT. Tem intimidade palaciana, conhece tudo que acontece no PT. Além disso, há denúncia da própria CPI de que o PT recebeu recursos de casas de jogos na campanha que passou", disse o presidente da CPI, senador Efraim Moraes (PFL-PB).

Sílvio Pereira já foi chamado duas vezes para depor na CPI, mas não compareceu em nenhuma das vezes.

Marcos Valério —  o empresário Marcos Valério de Souza não quer prestar depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Bingos. Caso seja chamado, o advogado do empresário, Marcelo Leonardo, diz que pode entrar com ação para evitar o depoimento já que ele "não tem pertinência" com a CPI dos Bingos. "As investigações estão agora no Supremo Tribunal Federal e não são objeto da investigação [da CPI]", disse, em entrevista à Agência Brasil.

O advogado argumenta que Marcos Valério não tem nada a acrescentar em relação à entrevista do ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira ao jornal O Globo. Leonardo define como "uma fantasia" as declarações de Pereira e nega que Marcos Valério quisesse juntar R$ 1 bilhão por meio de negócios com o governo.