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Viagens internacionais ficam até 20% mais caras
Por Soraia Abreu Pedrozo
do Diário do Grande ABC
22/05/2012 | 07:00
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Divulgação


A escalada do dólar, que de meados de março para cá (quando era cotado em torno de R$ 1,90) entrou em processo de alta e, nas últimas semanas, rompeu a casa dos R$ 2, chegando a R$ 2,14 (dólar turismo), fez com que muitas pessoas que planejavam ir ao Exterior trocassem o destino por roteiro doméstico, ou adiassem os planos da viagem internacional.

Os preços de pacotes a outros países subiram 20% neste período. Por exemplo, uma viagem a Cancún, que há dois meses era vendida por R$ 3.230, hoje sai por R$ 3.638. A diferença de R$ 408 fez com que um cliente da Qualituri Viagens, de Santo André, optasse por viajar para Costa do Sauípe, desembolsando R$ 2.390.

De acordo com Márcio Fernandes, gerente comercial da operadora, as pessoas estão mais reticentes na hora de fechar negócio para o Exterior porque começam a pesar os gastos que terão lá fora, já que tudo terá de ser pago em dólar. "Por enquanto, continua compensando fazer viagem internacional, mas não como antes. No mês que vem, acreditamos que o dólar turismo deva chegar em R$ 2,30."

O temor é o mesmo de Danielle Redivo, proprietária da DR Turismo, de Ribeirão Pires, em que 90% das viagens vendidas são internacionais. "Há duas semanas o telefone não toca. Isso porque maio é um mês tradicionalmente bom para a venda de pacotes."

Danielle relata que, como já imaginava que a moeda norte- americana iria começar a subir, avisou seus clientes para que fechassem negócio em abril. "Se deixassem para maio, uma viagem para a Disney, um dos destinos que mais vendo aqui, sairia por R$ 4.708, em vez de R$ 4.180, diferença de R$ 528."

Quanto mais caro o pacote, maior a diferença. Para ir à vizinha Uruguai, em Montevidéo e Punta Del Leste, a agente de viagens da Sancatur Maitê Isola conta que o pacote hoje é vendido por R$ 5.400, enquanto que, há dois meses, saía por R$ 4.700, ou seja, R$ 650 a menos. "O valor em dólar da viagem não foi alterado, o que aumentou foi a conversão em reais."

DICAS - O professor de Finanças da FGV e da PUC-SP Fábio Gallo Garcia avisa, de antemão, que não é possível fazer previsão da cotação da moeda norte-americana. "Acredito, no entanto, que o dólar não deva continuar subindo, pois vai contra o movimento de inflação controlada que o governo quer manter", afirma, ao explicar que muitas empresas dependem da importação de itens que, se ficarem mais caros, devem pressionar a inflação e, inclusive, alterar a trajetória de queda nos juros. "Ao governo interessa que o dólar fique ente R$ 1,90 e R$ 2."

A quem já fechou pacote ao Exterior, Garcia orienta que não compre os dólares que pretende levar na viagem de uma só vez. "A não ser quem tem viagem muito próxima, a ideia é que se compre parte agora e deixe para adquirir o restante antes de embarcar. Então será feita média dos preços." Quem viaja no segundo semestre e já está com dinheiro em mãos pode comprar parte e aguardar o movimento do dólar.




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