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Mercadante: critica sem promessas
Por Roney Domingos
Do Diário do Grande ABC
27/06/2006 | 08:03
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Um dia depois de ter concluída a formação de sua chapa, com Nádia Campeão (PCdoB) como vice, o candidato do PT ao governo do Estado Aloizio Mercadante visitou o Grande ABC munido de um discurso sem graça. Em visita ao Diário, acompanhado do prefeito de Santo André, João Avamileno (PT) e dos deputados Professor Luizinho e Vanderlei Siraque, Mercadante deixou claro que nos próximos três meses vai bater muito nos tucanos e preservar adversários que podem render um segundo turno, como qualquer candidato faria. O resto são quase promessas, que nem podem ser cobradas depois. Conhecido pela habilidade com os números, bateu com força em seu principal adversário, o ex-prefeito José Serra (PSDB) “que usou São Paulo para se promover e que tenta fazer campanha desassociada do ex-presidente FHC”. Mirou também no discurso de eficiência do adversário de Lula, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB): “Não foram só as propostas do ABC que eles não cumpriram. Dos 47 projetos prioritários, só 19 estão em andamento”, afirmou.

Mercadante acena com um “sim” sobre a continuidade às obras do trecho Sul do Rodoanel, mas não promete: “Tudo que puder ser feito de onde está nós vamos fazer”. O senador declara o fim próximo da Febem (Fundação para o Bem-Estar do Menor) e a falência do sistema de segurança pública, já que a gestão tucana ofereceu mais um “gancho” para a oposição – a morte de mais 13 pessoas em São Bernardo, em um novo suposto confronto entre PM e civis. “Como se pode enterrar R$ 42 bilhões em segurança pública para estar do jeito que está, com o PCC tomando conta?”, questiona.

O senador compromete-se a investir mais que o atual governo em saúde, educação, segurança pública e desenvolvimento econômico. Tudo isso sem que implique em fugir do rigor fiscal. É possível? “É o que estamos fazendo no governo Lula. Nós estabilizamos a dívida pública, paramos o aumento da carga tributária, recuperamos o salário do funcionalismo e estamos investindo em grandes projetos estruturantes, como a Transnordestina.”

Mercadante deixa claro, mais uma vez sem prometer, embora tenha sido solicitado a fazê-lo, a disposição de abrir as portas para os prefeitos da região, no sentido de acolher as propostas historicamente apresentadas pelo Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e na mesma medida deixadas de lado pelo Palácio dos Bandeirantes. Desde 1997, para quem ainda não sabe, dezenas de acordos firmados pelos governadores Mário Covas e Geraldo Alckmin com os prefeitos da região deixaram de ser implementados ou andam a passos lentos.

Crítico da geração de dirigentes do PT que afundou o partido na lama, Mercadante afirma que durante a campanha vai debater os erros e que o partido deve pedir perdão. “Todos os indicadores do atual governo mostram que a situação melhorou muito. A oposição não tem discurso. Os erros que foram cometidos por alguns dirigentes do partido são graves. O fato de outros partidos estarem envolvidos não nos alivia e nem me consola. A forma de superar isso é aprofundar a reforma política.”




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