Política Titulo Pressão
Sem fôlego, PT de
Mauá prepara chapa mista

Partido pretende abrir vice a aliados pela primeira vez
na história; decisão sobre chapa será tomada no dia 27

Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
14/05/2012 | 07:06
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Sem fôlego e pressionado por aliados, o PT de Mauá já se prepara para oferecer a condição de vice no projeto de reeleição de Oswaldo Dias (PT). Nos últimos dias ganhou força a possibilidade de o vereador Irmão Ozelito (PTB) declinar da pré-candidatura a prefeito para compor chapa com o chefe do Executivo. A cúpula petista nunca comentou o assunto de maneira tão confortável quanto agora.

A decisão sobre chapa pura ou não deverá ser tomada no dia 27, em encontro de delegados do partido. Mas os encaminhamentos desta vez não deverão chegar consensuados, como no dia 22. Na ocasião, o próprio vice-prefeito, Paulo Eugenio Pereira Júnior (PT), pediu adiamento da votação da proposta de chapa pura sob o argumento de discutir melhor a questão com os aliados, prudência que pode ter lhe custado a continuidade no posto.

Se concretizada a deliberação por chapa mista, será a primeira vez na história que o PT de Mauá abrirá o vice para partido aliado. Desde a fundação da legenda, em 1980, a agremiação disputou oito eleições municipais, sempre com chapa pura. O diretório local é o único do Grande ABC a manter a genuinidade petista, com candidato a prefeito e a vice em todos os pleitos majoritários (veja arte acima).

"O PT tem historicamente a preferência de 30% a 35% do eleitorado de Mauá. Mas é muito difícil chegar aos 50% isoladamente. Por isso este debate (sobre a abertura da chapa) tem ganhado força", reconhece Oswaldo Dias. O prefeito atenuou o discurso de meses atrás, quando brigava pela manutenção de Paulo Eugenio, e já não externa mais a sua posição, alegando ser questão de debate conjunto com a militância.

Presidente municipal do PT e filho de Oswaldo, Leandro Dias traça paralelo com as outras duas administrações do pai (1997 a 2004) para explicar a situação. "Foram governos do PT, não de coalizão. Hoje, a gestão é chefiada pelo PT, mas há vários partidos apoiando que pleiteiam participar da chapa, o que nos traz cenário diferenciado."

Em 2008, quando Oswaldo era candidato da oposição a Leonel Damo (PMDB), somente o PRB caminhou com o petista. Após retomar o Paço, outras sete siglas se alinharam com o prefeito.

 

DESCONFIANÇA

A postura identificada em lideranças petistas mostra que a desconfiança da militância sobre os interesses do partido em abrir a chapa está sendo sanada gradativamente. A proposta foi encabeçada pelo deputado estadual Donisete Braga (PT), que, depois de ter sido descartado como vice, defende o diálogo para que o posto seja oferecido a Ozelito, que traria consigo o apoio do ex-prefeiturável Francisco Carneiro, o Chiquinho do Zaíra (PTdoB).

Além de angariar mais aliados, a abertura da chapa serviria para neutralizar a pré-candidatura a prefeita da deputada estadual Vanessa Damo (PMDB), que também sonda Ozelito para vice. A condição de principal adversária de Oswaldo ostentada pela peemedebista, é, agora, assumida. "Ela é nossa principal adversária porque, além da família, representa projeto antagônico ao nosso", admite Leandro Dias.




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