Os participantes da Marcha da Reconciliaçao, que distribuíram pedidos de desculpas escritos em árabe, hebreu e inglês, disseram neste domingo que pretendem entregar as cartas também aos judeus, muçulmanos e cristaos orientais cujos antepassados foram mortos durante a invasao.

Os 50 membros do grupo, procedentes dos Estados Unidos, Europa, Austrália e Nova Zelândia, se reunirao com israelensdes e palestinos em cidades de toda a regiao. "Exatamente há 900 anos, os cristaos visitaram esta terra com a espada e um espírito de vingança, contrariando os ensinamentos e o caráter de Jesus", declarou Mike Niebur, coordenador israelense do grupo.

Os membros do grupo, que pagam suas próprias despesas, avisitaram as comunidades judáicas no vale do Rin e aldeias do Líbano e da Turquia em busca de perdao. Os cruzados que passaram pelo vale do Rin a caminho da Terra Santa mataram os judeus que se negaram a se converter ao cristianismo. Causaram estragos semelhantes entre os ortodoxos orientais e os muçulmanos para libertar a Terra Santa da "opressao dos infiéis", segundo alegavam naquela época os integrantes das sucessivas forças expedicionárias.

As cruzadas foram organizadas pelos líderes católicos que desejavam tomar Jerusalém e consolidar recentes conquistas políticas na Europa. Os organizadores, que concederam uma coletiva, exibiam camisetas que lembravam a marcha dos primeiros cruzados como uma linha roxa que atravessa o coraçao da Europa e o Oriente Médio. A viagem do grupo vai terminar em 15 de julho, quando os 1.500 participantes vao viajar a pé de uma fortaleza construída pelos cruzados no norte de Israel a Jerusalém, para pedir desculpas aos líderes religiosos no 900º aniversário da tomada da cidade pelos cruzados.

O grupo considera que existe uma conexao direta entre as cruzadas e as relaçoes atuais entre Oriente e Ocidente. Em janeiro, Israel expulsou um grupo americano que, segundo as autoridades, planejava açoes violentas em Jerusalém para acelerar a segunda vinda de Cristo. Este projeto foi iniciado na cidade alema de Colônia em 1996.