O francês Pierre Auguste Renoir (1841-1919), medalhão do impressionismo, sobretudo no período 1870-1890, ganha em São Paulo uma importante e representativa mostra de sua obra. É Renoir – O Pintor da Vida, até 28 de julho, no Masp (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand). O programa (nesta segunda para convidados e na terça para o público) é imperdível não só pelo bom número de trabalhos selecionados (55 gravuras, 45 óleos e dez esculturas), mas também por causa da importância destes para a obtenção de uma leitura razoável do artista que foi produtivo da juventude à velhice.

Ausência notada, por exemplo, é a tela Le Moulin de la Galette, obra-prima frágil que, ao que tudo indica, não sai mesmo do Museu d’Orsay, uma das muitas instituições que colaboram para a exposição. O próprio Masp participa como fonte. Graças aos esforços de Pietro Maria Bardi e Chateaubriand, o Chatô, o museu paulistano possui 11 telas. Rosa e Azul, de 1881, é uma – e das mais populares.

Ver o impressionismo de Renoir é tarefa prazerosa e fundamental para conhecer o impressionismo. Assim como Claude Monet (1840-1926), Renoir celebrou a visão arrebatadora da natureza e de suas cores sob a luz natural. Monet, por exemplo, de tão embasbacado por essa relação, extrapolou os limites de sua escola (impressionismo) para se deliciar, no último período de sua vida, com os efeitos mágicos do jardim de Giverny (o tema foi assunto de outra mostra do Masp, em 1997).

Renoir – O Pintor da Vida tem tudo para se transformar em blockbuster do ano no setor de artes plásticas de São Paulo. Inclui, entre tantas preciosidades, Remadores em Chatou (festa de cores pertencente à National Gallery, na capital norte-americana), O Repouso Depois do Banho e Banhista Sentada com Paisagem, Conhecida por Eurídice. Embora tudo seja facilmente digerível quando se trata de Renoir, convém prestar atenção na ausência de desenho prévio em suas composições. É a pintura en plein air, fenômeno que transformou o desenho em manifestação artística acabada e, de quebra, abriu espaço para o surgimento da arte moderna.

Renoir – O Pintor da Vida – No Masp – av. Paulista, 1.578, S.Paulo. De terça a domingo, das 11h às 18h. Ingr.: R$ 5 (estudantes) e R$ 10. Entrada franca para menores de 10 anos, maiores de 60 e grupos de estudantes de escolas públicas. Até 28 de julho.