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Inverno desencadeia crises respiratórias
Por Rita Norberto
Do Diário do Grande ABC
21/06/2003 | 17:27
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Nesta época do ano, entre maio e agosto, a procura nos prontos-socorros de pessoas com alergias respiratórias, asma e rinite, chega a aumentar até 50%. Isso ocorre por causa de mudanças climáticas e da chegada de um ar seco, frio e mais poluído. O problema é mais sério do que se imagina. A asma mata até duas mil pessoas por ano no Brasil. Para não correr este risco, alerta o médico e professor de Pneumologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo, antiga Escola Paulista de Medicina) Clystenes Odyr Soares Silva, as pessoas devem procurar tratamento médico, antes que a crise apareça. “Nesta época do ano, recomenda-se que as pessoas procurem um médico e reajustem sua medicação, aumentando a dose de remédio, antes do agravamento da doença”, disse.

Segundo o médico, estima-se que de 10% a 15% da população do país, cerca de 16 milhões de pessoas, sofram com asma e/ou rinite. E nesta época do ano a situação se agrava. “É o que chamamos da trinca maldita para o aparelho respiratório. Por dia, respiramos 10 mil litros de ar, e se este ar estiver inadequado, isso é um estímulo para o desencadeamento da doença”, disse. Os casos aumentam especialmente entre as crianças até 13 anos, em quem a incidência é maior.

A asma e a rinite, explicou o médico, podem surgir tanto individualmente quanto interligadas. São doenças genéticas, desencadeadas por fatores ambientais: viroses, ácaros, poeira em carpete, ambientes fechados, cheiro de cigarro dentro de casa, pêlos de cão e gato, bolor em paredes.

Apesar de serem interligadas, a rinite afeta as vias aéreas superiores, provocando coriza, espirro, coceiras, irritação nasal. Já a asma afeta as vias aéreas inferiores, o pulmão, podendo provocar desde uma tosse até falta de ar, chiado no peito, sensação de aperto, podendo levar até a morte, se chegar a evoluir para uma insuficiência respiratória.

A alergista do Hospital Estadual Mário Covas e da Faculdade de Medicina do ABC, Roberta Criado, disse que neste época, de fato, aumentam as alergias respiratórias. “De janeiro a março, as alergias respiratórias representam 30% dos casos, e 70% são de pele. De maio a agosto, quando há o outono, inverno e início da primavera, este percentual se inverte e 70% dos casos que chegam são problemas respiratórios”, disse.

Preconceito – Para a médica, as pessoas procuram o tratamento somente após ter a crise, muitas vezes por causa de um preconceito de que a medicação, como os descongestionantes nasais ou bombinhas, causam dependência. O que não é verdade, segundo ela. “Desde que a pessoa passe pela avaliação de um médico e que os medicamentos sejam bem administrados, não há mal algum”, disse.

O importante, alerta a médica, é que as pessoas procurem tratamento. “A asma e a rinite não têm cura porque são de origem genética, mas podem ser controladas com tratamento contínuo e medicação adequada”, disse.




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