No momento do crime, Glória voltava da Fundação Santo André, onde cursava Matemática. “Minha irmã não ia de carro para a faculdade porque tinha medo de ser assaltada. Sei que foi uma fatalidade, mas aonde está a justiça neste país? Nossos governantes precisam fazer algo para acabar com a criminalidade”, disse o irmão mais velho da vítima, Marcos Rodrigues da Silva, 46 anos, durante o velório no Cemitério Santo André, neste sábado à tarde. Glória, divorciada, era funcionária do Centro de Operações do Itaú, na capital, e morava sozinha no bairro Demarchi, em São Bernardo.

O tiroteio começou depois que o policial federal D.S.F., 32 anos, presenciou o roubo de um Palio branco na esquina das ruas das Monções e Padre Anchieta, no bairro Jardim, em Santo André. A enfermeira Adriana Rodrigues Stangorini, 29, que dirigia o carro, foi surpreendida por dois homens armados quando estava parada no semáforo. "Eles chegaram e me mandaram descer. Percebi que estavam nervosos e não tive nenhuma reação. Desci do carro". A dupla então fugiu com o Palio.

O policial começou a perseguir os assaltantes. Eles seguiram pela avenida D.Pedro II e desceram para a XV de Novembro usando a saída ao lado do viaduto Acisa. Foi quando perceberam que estavam sendo seguidos. Segundo o policial, os ladrões começaram a atirar. "Peguei minha arma e revidei. Notei que uma Ranger vinho dava cobertura a eles. Nesse momento, o homem que estava dirigindo perdeu a direção do veículo e bateu em um ônibus. Eles desceram do carro e correram em direção ao Paço Municipal. Tentei ligar para a Delegacia Seccional, mas não consegui".

Os ladrões não tinham sido identificados até este sábado à tarde. Um laudo da perícia identificará de que arma partiu o tiro que matou Glória no trólebus.