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Polo registra queda de um balão a cada 5 dias

Desde janeiro, complexo petroquímico, entre Sto.André e Mauá, contabilizou 31 ocorrências

Por Juliana Stern
Especial para o Diário
15/06/2018 | 07:00
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 O polo petroquímico do Grande ABC, que abrange as cidades de Santo André e Mauá, no bairro Capuava, já contabilizou a queda de 31 balões de ar quente dentro de suas dependências em 2018. Levantamento do Cofip (Comitê de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC) indica ainda que, somente no ano passado, o complexo industrial foi alvo de 83 artefatos, média de um a cada cinco dias. O pico de incidência ocorre, de modo geral, nos meses de junho e julho, tanto em decorrência das festas juninas quanto das férias escolares. Neste ano, entretanto, há o agravante da Copa do Mundo, o que amplia o alerta.

Desde 1998, soltar, fabricar, vender ou transportar balões é crime ambiental – Lei 9.605/98. Quem for pego em flagrante durante uma dessas atividades está sujeito a multa de R$ 5.000 e até mesmo detenção de um a três anos. Segundo o capitão Marcos Palumbo, do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, equipe é descolada para ficar de plantão na região do polo durante o inverno. “O ar frio faz com que os balões fiquem mais tempo no ar e alcancem maiores distâncias, aumentando os casos de queda”, explica.

A Polícia Militar Ambiental promove, anualmente, a Operação Balão, cujas ações apreenderam 210 balões, 27 cangalhas (estruturas dos balões) e detiveram 130 baloeiros no ano passado em toda a Região Metropolitana do Estado. Neste ano 57 pessoas já foram presas por soltura ou fabricação de balões, sendo 27 balões e seis cangalhas apreendidas.

“Incêndios iniciados por balões começam e se alastram de forma muito rápida. Podendo destruir o meio ambiente, incendiar uma residência, cortar a energia de um bairro. Balões colocam a vida de pessoas em risco”, afirma o capitão dos bombeiros. Palumbo diz ainda que, apesar de não terem sido contabilizadas tragédias nos últimos anos, são frequentes os ''pequenos incêndios''. “Em média 80 incêndios causados por balões são registrados por ano”, ressalta.

 

ARTE

Para os adeptos à prática de soltar balões, a atividade é uma arte. Os balões menores, conhecidos como juninos, têm apenas três metros de altura. Já os maiores podem chegar aos 60 metros e são ornamentados com os mais diversos desenhos, podendo até carregar fogos de artifício. “Vejo isso como arte, acho errado considerar crime”, comenta o baloeiro Wilson Araújo, 17 anos, apaixonado pela ação desde os 10. Quando questionado sobre os perigos que a prática pode trazer, o jovem afirma que quem quer soltar deve ter responsabilidade. “Quem gosta mesmo de balão é responsável. Sempre vai atrás e faz a recaptura. Acidentes são causados por irresponsáveis que mancham a arte”, considera.

 

 




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