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Campinas faz ato contra assassinato de prefeitos
Vinícius Casagrande
Enviado do Diário a Campinas
25/01/2002 | 00:41
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  Cerca de 1,5 mil pessoas participaram nesta quinta do Ato em Defesa da Vida, Contra a Violência e a Impunidade organizado pelo PT de Campinas para protestar contra os assassinatos dos prefeitos Antonio da Costa Santos (Campinas) e Celso Daniel (Santo André). Nos discursos, um tema em comum: justiça, solução dos crimes e o fim da violência.

O partido aproveitou também para fazer duras críticas aos governos federal e estadual, em uma nítida demonstração de que o tema será altamente explorado nas eleições deste ano. Os petistas confirmam que a questão da segurança pública será intensamente debatida durante a campanha, mas, no entanto, negam que utilizarão como exemplo o assassinato dos dois prefeitos.

A manifestação teve início em frente ao Palácio dos Jequitibás, sede do governo municipal de Campinas. Os manifestantes seguiram à pé até a Igreja Nossa Senhora da Conceição. O ato de protesto contra os dois crimes contou com a participação do prefeito João Avamileno (Santo André), da prefeita de Campinas, Izalene Tiene, do presidente nacional do PT, José Dirceu, dos deputados federais José Genoíno e Aloísio Mercadante, além dos vereadores de Santo André Carlinhos Augusto, Ricardo Alvarez, José Montoro Filho e Jurandir Gallo, da secretária de Inclusão Social e Habitação, Miriam Belchior, e do deputado estadual Renato Simões.

A viúva do prefeito de Campinas, Roseana Moraes Garcia, ficou muito emocionada ao lembrar da morte de Toninho. Ela mostrou também sua indignação pelo fato de, passados mais de quatro meses do crime, a polícia ainda não ter nenhuma prova que leve aos assassinos. “Isso não é um ato de governo petista. É uma questão de Justiça para podermos cuidar dos nosso filhos”, afirmou. Extremamente abalada, Roseana teve seu discurso interrompido pela prefeita Izalene e logo em seguida teve de se retirar do local.

O prefeito João Avamileno afirmou que o ato de protesto “representa a solidariedade e é mais uma forma de pressão por justiça e segurança.” O prefeito afirmou estar revoltado e indignado com a morte de Celso Daniel e com o aumento dos índices de criminalidade em todo o Estado de São Paulo. Avamileno reafirmou que manterá todas as diretrizes deixadas por Celso. “Eu sei que se fosse candidato a prefeito não ganharia. Se hoje eu sou prefeito, é graças ao Celso Daniel”, disse.

O presidente nacional do PT afirmou que o partido fará mobilizações em todo o País para pedir paz. “Vamos mobilizar o povo, que já tomou conhecimento da gravidade. Vivemos um momento especial, no qual o crime organizado tomou dimensão política e assassinam e ameaçam a sociedade”, disse.

O deputado José Genoíno afirmou que “esse ato é uma demonstração da nossa força e da nossa tristeza para mostrar a indignação com a violência.” Ele voltou a cobrar a polícia para que o crime seja solucionado o mais rápido possível. “Vamos exigir investigação e não vamos deixar esse caso cair na rotina, como foi com o assassinato do Toninho”, disse.




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