Ato pela paz, em memória do adolescente Vinícius de Lima Vilela, 15 anos, morto no dia 12 após tentativa de assalto a caminho da escola, na Vila Ferreira, em São Bernardo, reuniu ontem aproximadamente 300 pessoas no bairro, entre alunos e funcionários de seis instituições do bairro e pais dos estudantes. A polícia ainda não tem pistas do homem que cometeu o crime e prossegue com as investigações.

Os participantes saíram por ruas da Vila Ferreira, onde ocorreu o assassinato, com balões brancos e cartazes com pedidos de Segurança, já que, segundo relatos da comunidade, roubos são frequentes naquela área. “Uma semana antes de o Vinícius morrer, minha irmã foi assaltada. Meu cunhado também foi roubado outro dia. Vivemos com medo constantemente”, disse o operador de máquina Cláudio Roberto Prado Celestino, 39.

A coordenadora pedagógica da Emeb (Escola Municipal de Educação Básica) Padre José Maurício, Katia Cilene de Souza Rocco, 47, também relatou a sensação de insegurança. “De um ano para cá começamos a saber de mais casos de roubos. Já assaltaram funcionárias, abordaram mães. O problema está bem corriqueiro.” Na unidade, Vinícius fez a pré-escola entre os anos de 2007 e de 2008. “Ele era um menino educado, uma criança alegre”, lembra Katia.

A professora Expedita Pinheiro, 60 anos, lecionava Português na EE (Escola Estadual) Professora Maria Osório Teixeira, onde o jovem cursava o Ensino Médio. Emocionada, ela lembrou uma das últimas conversas que teve com o garoto, dois dias antes de ele morrer. “Na terça-feira teve reunião de pais e, na quarta, ele me agradeceu por ter falado bem dele à mãe. E pediu que, se fizesse algo errado, que falasse para ele. Falei que não precisaria, pois era um menino consciente.”

Ainda muito abalada com o ocorrido, a família de Vinícius não esteve no ato.
Os participantes deixaram mensagens em faixa fixada nos muros da Emeb Padre José Maurício. Yasmin Vitória Silva de Oliveira, 9, falou seu desejo. “Que o Vinícius tenha uma boa vida no céu, e que o mundo melhore.”

Em 13 de setembro, representantes das escolas do bairro, familiares de alunos e lideranças se reunirão na EE Maria Osório Teixeira para discutir as necessidades da comunidade. Documento será elaborado para ser levado às autoridades.