"Não estou à procura de jogadas maldosas ou simulações. Quero apenas analisar a tática das duas equipes para apitar melhor", afirmou o italiano em entrevista concedida na cidade japonesa de Yokohama. "Preciso obter a maior quantidade de informação possível sobre como cada equipe joga, como cada jogador evolui", explicou ainda Collina.

O juiz demonstrou toda a confiança no sueco Leif Linbdferg e no inglês Philip Sharp, que serão seus auxiliares na final. Com relação ao quarto árbitro da partida, o escocês Hugh Dallas, Collina se mostrou ainda mais à vontade. "Ele é meu melhor amigo", afirmou.

Uma certa polêmica foi criada porque Collina, considerado o melhor árbitro do mundo, protagoniza uma campanha publicitária da fabricante de materiais esportivos Adidas – responsável pelo uniforme da seleção alemã de futebol. "Jogadores, árbitros e técnicos têm patrocinadores. Qualquer um pode ser patrocinado por uma empresa, mas a consciência não tem patrocínio", afirmou Collina. "Minha consciência está limpa, podem ficar tranqüilos quanto a isto."

Sonho e realidade - Favorito para apitar a final desde antes de a Copa começar, Collina não escondeu o orgulho por ter sido nomeado para a decisão. "Ser indicado significa que aqueles que decidem confiam no árbitro", afirmou. "Estou muito feliz e orgulhoso por ter sido chamado pela Fifa."

Famoso por ser um árbitro frio e disciplinador, Collina exibiu as emoções pela importante indicação. "É inacreditável. Vou tentar manter os meus pés no chão. Eu já apitei vários jogos, mas a final de uma Copa do Mundo é totalmente diferente", declarou. "Não acredito que uma final de Copa do Mundo possa ser algo normal. É uma das coisas mais excitantes."

A 'Squadra Azzurra' já está fora da Copa, mas a Itália terá seu representante na final. E Collina está feliz por ser o 'embaixador' dos tricampeões na decisão. "Estou orgulhoso, como italiano, de poder estar em campo na final", afirmou.

Pierluigi Collina evitou entrar na polêmica sobre os árbitros indicados pela Fifa para os dois últimos jogos da Copa. Europeus vão apitar jogos envolvendo duas seleções do continente: Alemanha e Turquia. "Sou apenas um juiz, não um membro da Comissão de Árbitros", esquivou-se.

Ele também não quer saber da responsabilidade de 'salvar' as arbitragens desastrosas que marcaram esta Copa. "Minha tarefa na final não é aumentar ou melhorar a reputação da arbitragem, mas fazer o melhor trabalho possível", disse ele.