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Ministro pede que PF investigue denúncia em presídio do RJ
Por Do Diário OnLine
08/09/2003 | 15:13
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O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, anunciou nesta segunda-feira que o serviço de inteligência da Polícia Federal vai investigar a denúncia de que haveria uma boca de fumo dentro do Presídio Vicente Piragibe, no Complexo de Bangu, no Rio de Janeiro. Um vídeo feito por um cinegrafista amador mostra presos fumando maconha à vontade e falando livremente ao celular enquanto agentes penitenciários assistem à cena.

Entretanto, o ministro afirmou que a investigação só surtirá efeito caso tenha a colaboração do governo fluminense. O secretário de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro, Astério Pereira dos Santos, visitou o presídio pela manhã para averiguar a irregularidade e anunciou o afastamento do diretor, vice-diretor e do chefe da segurança do presídio.

O secretário negou que os bloqueadores de celular dos presídios que formam o complexo Bangu não estejam funcionando, conforme denúncia publicada pela imprensa. Segundo ele, não há facilidade de comunicação em Bangu I, enquanto nas outras unidades os aparelhos ainda estão sendo testados. O presídio de Vicente Piragibe não conta com o bloqueador.

Tortura - Astério Pereira dos Santos concordou com as declarações do secretário de Segurança Pública do Rio, Anthony Garotinho, que admitiu que a tortura é um método usado pela polícia para conseguir informações. Ele disse que os policiais que praticam a tortura são "loucos e precisam ser punidos energicamente".

Na semana passada, o comerciante chinês Chan Jim Chang morreu após ter sido encontrado com ferimentos graves em uma cela na penitenciária Ary Franco, no Rio. Ele havia sido detido pela Polícia Federal no aeroporto internacional quando ia viajar para os Estados Unidos sem declarar US$ 30 mil. Apesar dos agentes penitenciários afirmarem que ele se autoflagelou, laudo do Instituto Médico Legal (IML) aponta que ele foi espancado.

Intimação — Os secretários de Administração Penitenciária e Segurança Pública devem ser convocados para prestar esclarecimentos na Comissão de Segurança da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. O pedido foi elaborado pelo deputado Carlos Minc (PT).




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