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Endividamento pode abalar crescimento
Por Verônica Lima
Do Diário do Grande ABC
03/08/2008 | 07:09
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Você sabe quanto da sua renda está sendo usada para pagar o financiamento do seu imóvel, do seu carro e das compras parceladas no cartão de crédito? Se não tem controle de tudo o que compra, tome cuidado para não se endividar.

 A Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor) da Fecomercio-SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) revela que, em julho, mais da metade dos paulistanos estava endividada.

Segundo o vice-presidente da Ace Diadema (Associacão Comercial e Empresarial de Diadema), Odair Paulino, as recentes pressões inflacionárias, principalmente nos preços dos alimentos, e a ampliação da oferta de crédito estão entre as causas do aumento descontrolado das contas, principalmente nas classes C, D e E.

Especialistas da Fecomercio-SP, consideram preocupante que a maioria dos endividados se concentre entre as menores rendas, já que são justamente os que têm o orçamento mais comprometido com gastos em produtos básicos, como supermercados, e, portanto, devem sentir mais o aumento nos preços dos alimentos.

Hélio Farber, presidente da Sol (Sociedade Oliveira Lima) estima que, se os consumidores continuarem a abusar do cheque especial e do cartão de crédito, e a inflação e os juros continuarem pressionados, o número de endividamento para deve aumentar ainda mais no segundo semestre e interferir diretamente no desempenho do comércio, conseqüentemente na indústria e, por fim, na economia do País.

Paulino afirma que, por conta disso, a previsão de vendas no Dia dos Pais que era de expansão de 6% a 7%, caiu para 5%. "A alta de 0,75 ponto percentual anunciada pelo Copom (Comitê de Política Monetária), que aumentando a taxa Selic de 12,25% para 13%, deve inibir as vendas", explica

Na opinião do presidente da Coop e vice-presidente da Acisa, Antônio José Monte, o ideal, para minimizar esse cenário delicado seria o governo trabalhar com uma política mais rígida para as vendas a prazo.

"Reduzir a elasticidade do crédito é uma excelente alternativas para evitar o pior, porque, daqui a pouco, o brasileiro não vai ter mais como honrar todos os compromissos que assumiu", aponta Monte.




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