O momento é de crise econômica, baixa arrecadação por parte do poder público e situação crítica do trabalhador, que vê o desemprego aumentar e o poder de compra diminuir. Obras estão paradas por falta de repasses do governo federal. No Grande ABC há dezenas de construções inacabadas à espera de dinheiro prometido. Mas a presidente Dilma Rousseff (PT) parece fechar os olhos para tudo isso e resolveu suplementar a verba de publicidade e propaganda em R$ 100 milhões. Porém, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes decidiu suspender a liberação de crédito extra. Outras medidas tomadas pelo comando do Palácio do Planalto que abrem os cofres federais foram anunciadas neste 1º de maio. Tratam-se de reajuste no benefício do Bolsa Família e correção na tabela do Imposto de Renda. Duas ações que Dilma resistia a implementar. O motivo? Não há margem orçamentária para isso. Mas por que, então, ela resolveu fazer tudo isso agora? A resposta está no panorama político atual, de sua iminente saída da principal cadeira da República, marcada para o dia 11, ou seja, daqui a uma semana. Não há, como se vê, preocupação com as contas que virão, porque isso será problema do seu ex-amigo e atual desafeto Michel Temer (PMDB). Enquanto isso, o peemedebista monta seu ministério. Enquanto isso, o PSDB discute se apoia ou não o próximo governo. Enquanto isso, Marina Silva, da Rede, trabalha para ter novas eleições presidenciais. Enquanto isso, Lula (PT) se defende das acusações e ataca a imprensa, a Justiça e seus opositores. Enquanto isso, o Brasil anda para trás.

Pré-inauguração
O Poupatempo de Mauá abriu as portas na sexta-feira, em regime de pré-operação. Significa que o atendimento ocorre em horário diferenciado e que os serviços estão em fase de teste, sendo aperfeiçoados se necessário. Há expectativa de que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) faça a inauguração oficial nos próximos dias. Mas, já na sexta, às 7h, os deputados estaduais Vanessa Damo (PMDB) e Atila Jacomussi (PSB) subiram em caminhão de som e praticamente entregaram para a população o equipamento. Quem passou pelo local pensou que era, de fato, a inauguração. Já o prefeito Donisete Braga (PT), adversário dos dois, também marcou presença, mas preferiu fazer vistoria interna.

Prestigiado
Pré-candidato a vereador pelo PT de Santo André, Willians Bezerra realizou plenária na sede do Sindicato dos Rodoviários do ABC, sexta-feira. A bancada petista na Câmara, formada por cinco parlamentares, ficou contrariada com a presença do prefeito Carlos Grana (PT), do ex-secretário de Obras Carlos Sanches, o Carlão (PT), e do presidente municipal do partido e deputado estadual, Luiz Turco. O quinteto avalia que há predileção ao projeto de Bezerra, que tentará pela primeira vez cadeira no Legislativo. Ele foi adjunto da Secretaria de Governo e muito próximo a Carlão. Recentemente, criou polêmica ao pedir exoneração do titular de Saúde, Homero Nepomuceno (PT).

Qual canoa?
Na Câmara de São Bernardo ainda repercute a votação do dia 13 que aprovou aumento de 20% no salário do prefeito Luiz Marinho (PT) – passou de R$ 25.604 para R$ 30.624. Ocorre que o pré-candidato ao Paço Orlando Morando (PSDB) comemorou o fato de os vereadores tucanos terem sido contra a majoração. Porém, dois parlamentares de sua base de apoio, José Walter Tavares (PHS) e Martins Martins (PHS), são presidente e vice, respectivamente, da Comissão de Finanças, a qual redigiu o texto projeto. Criou-se, então, a dúvida: com essa ajuda ao governo petista, a dupla está de fato com Orlando?