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O áudio de Temer e a palestra de Golbery
Beto Silva
13/04/2016 | 07:00
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O general Golbery Couto e Silva foi uma das principais cabeças no início do regime militar (1964 a 1985). Em meados da década de 1970, porém, durante o governo Ernesto Geisel, destacou-se pela defesa da chamada “política de distensão”, ao trabalhar pela abertura política, pois era contra a ‘linha-dura’ da ditadura. Era articulador nato. Estrategista. Numa de suas palestras na Escola Superior de Guerra, cujo conteúdo era sempre mantido em sigilo até então, fez questão de que a sociedade soubesse de sua posição. Golbery sabia que sua fala repercutiria na discussão e política daquele Brasil do fim dos anos 1970, início dos anos 1980. Um estratagema, portanto. Mesma tática usada pelo vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), caso a intenção foi vazar propositadamente o áudio em que ensaia o discurso de posse como chefe da Nação, em decorrência do hipotético impeachment de Dilma Rousseff (PT). As consequências, porém, não foram nada boas para o peemedebista, que está sendo taxado de conspirador junto à classe política. A intenção, por outro lado, pode ter sido mandar recado ao mercado financeiro e à população, ao garantir a manutenção de programas sociais. Também pode ter sido endereçado a deputados e senadores indecisos sobre o afastamento de Dilma. Temer prometeu, na gravação, um governo de coalizão, ou seja, nos próximos dois anos e meio de mandato todos teriam espaço. Há muitas teorias sobre a manobra, pensada ou desastrada. E também há outras semelhanças. Dizem que Golbery foi entusiasta da figura de um líder sindical que surgia no fim da década de 1970. Se o tiro saiu mesmo pela culatra, Temer pode ter ajudado a dar mais força a Lula neste momento crítico do País. Quarenta anos depois, pequenas fagulhas da história se repetem.

Títulos
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, e o prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), recebem título de cidadão são-bernardense no dia 27 de maio, às 19h, em sessão solene na Câmara. A autoria da homenagem é do vereador Luizinho (PT).

Itaquera logo ali
Por falar em Donisete Braga, o prefeito participou ontem do seminário sobre os rumos da indústria do Grande ABC, promovido pelo Diário. Corintiano fanático, o petista destacou a logística da cidade, que, por conta do Rodoanel, “fica a 35 quilômetros do Porto de Santos, 25 quilômetros do aeroporto de Guarulhos e a 18 quilômetros da Arena de Itaquera”.

Tragédia
Alguém acredita que os deputados federais estão preocupados com os rumos do País nas áreas de Meio Ambiente, Educação, Saúde, Segurança? Observem a foto abaixo e tirem suas próprias conclusões. A imagem é de ontem, da comissão destinada a acompanhar e monitorar os desdobramentos do desastre ambiental ocorrido em Mariana, em Minas Gerais, no dia 5 de novembro de 2015, causado pelo rompimento de uma barragem. A sessão teve duas horas e nove minutos de duração (começou às 14h56 e terminou às 17h05). Teve a fala de quatro parlamentares: Sarney Filho (PV-MA), Paulo Foletto (PSB-ES), Margarida Salomão (PT-MG) e Evair de Melo (PV-ES). Houve explanação do superintendente de planejamento e apoio ao desenvolvimento regional, Weslley Antônio Tadeu Monteiro Cantelmo, do promotor de Justiça do Ministério Público de Minas Gerais, Marcelo Maffra, e do superintendente do Ibama-MG, Marcelo Belisário. 




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