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Água brota em rua no Campestre, mas falta nas torneiras dos imóveis

Situação acontece há pelo menos 30 anos; Semasa irá vistoriar o local

Yago Delbuoni
especial para o Diário
02/11/2015 | 07:00
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Em plena época de economia de água, a Rua Lupércio Miranda, no bairro Campestre, em Santo André, esbanja o líquido. Mas não vá pensando que o abastecimento daquela via é melhor que no resto do Grande ABC. O recurso passa pela sarjeta todos os dias há pelo menos 30 anos, mas há irregularidade no fornecimento de água pela rede e, com isso, torneiras secas são comuns.

O professor de História Luiz Antonio Bortolo, 65 anos, disse que o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) poderia destinar para uso a água que mina do asfalto. “A autarquia deveria fazer exame bacteriológico e ver se a população pode utilizar. Nos perguntamos por que o Semasa não aproveita esse líquido. O volume não é grande, mas brota 24 horas por dia, é preocupante.”

Bortolo, que já atuou na Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) pondera que o reaproveitamento da água pode não ser possível, já que, segundo ele, há contato com esgoto. “Apesar de o lençol freático ser muito raso, o pouco que se cava brota água, pode não ser possível usar, já que tem esgoto e pode haver coliformes fecais.”

Para o professor, a solução do problema esbarra na falta de visão de gestores. “Quando houver seriedade, os munícipes também terão comportamento mais sério. Falta política de educação da população para evitar atitudes que desperdicem água.”

Outro morador que reclama da falta do recurso é o comerciante Luiz Antonio Leite, 59. Ele menciona que o abastecimento é irregular e lamenta o fato de ver água brotando na rua sem estar em sua torneira. “Às 10h, interrompe o abastecimento e só volta na madrugada. Sou obrigado a acumular água na cozinha para manter as coisas limpas.”

Leite contou que gasta entre R$ 130 e R$ 150 por mês. Para ele, falta interesse da autarquia em resolver os problemas. “O Semasa alega que falta água, mas quantos litros vão embora na rua? A gente faz tudo o que pode, mas cortam o fornecimento diariamente. Faltam sensibilidade e interesse para resolver.”

Procurado, o Semasa informou que vai encaminhar técnicos para vistoriar o problema de água brotando no local. Em relação ao abastecimento, a autarquia informou que a localidade é abastecida pelo Reservatório Gonzaga (Zona Alta), um dos afetados em razão da escassez hídrica. Por isso, o bairro apresenta períodos de intermitência no fornecimento. A autarquia tem realizado manobras no setor para garantir água em pelo menos um dos períodos do dia.




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