As obras para erguer uma base do Corpo de Bombeiros no Jardim Zaíra, em Mauá, devem começar, segundo a Prefeitura, nos próximos dias, com previsão de conclusão para fevereiro, durante a época de chuvas. O problema é que o terreno onde será erguida a unidade, na Rua Benevuto Bagnara com Avenida Presidente Castello Branco, ao lado da Cavalaria da Polícia Militar e à beira do Córrego Corumbé, é ponto de alagamentos, conforme os vizinhos. A Prefeitura não informou quanto será investido na construção da base.
"Isso aqui fica debaixo d'água. Aliás, bombeiro aqui no Zaíra atende mais enchente do que incêndio", disse a cabeleireira Claudenice Godoy, 35 anos. A comerciante Ceuda Lopes da Silva, 42, afirmou que a água chega até a porta de seu estabelecimento. "Eles fizeram a limpeza do córrego, mas ainda não choveu muito para ver se resolveu."
A Prefeitura alega que para prevenir ocorrências relacionadas ao excesso de chuvas neste e em outros locais desassoreou o Córrego Corumbé e o Rio Tamanduateí, além de outras subbacias da cidade. O local em que será construída a base integra projeto de uma avenida marginal que inclui obras de drenagem.
O município tem apenas um quartel dos bombeiros, na Avenida Papa João 23, na Vila Noêmia. O Zaíra é um dos bairros mais populosos de Mauá, com cerca de 100 mil habitantes. Conta ainda com a Secretaria de Segurança Pública, Guarda Civil Municipal, Coordenadoria de Defesa Civil e Cavalaria da Polícia Militar.
MORTES
Segundo o mecânico Luiz Felipe Valverde, a base dos bombeiros deveria ter continuado onde estava, na Avenida Presidente Castello Branco. A unidade deu lugar ao terminal de ônibus. "Se tivessem deixado lá, a mulher não teria morrido", disse ele, em referência à aposentada Antonia Avelaneda Grande, 64, que se afogou dentro de casa, após enchente no dia 18 de janeiro.
Além de Antonia, outras cinco pessoas perderam a vida em deslizamentos no último período de chuvas, quatro no morro do Macuco, também no Jardim Zaíra, e uma no Jardim Rosina.
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