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Paraíso romântico
Mariana Trigo
Da TV Press
03/03/2007 | 19:08
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A nova novela das oito da Globo, Paraíso Tropical, estréia nesta segunda-feira marcada por antagonismos. O cenário principal é Copacabana, mas não nos Anos Dourados. Caótico, miscigenado e palco de turismo sexual, o bairro mais famoso do Brasil reaparece dividido entre a antiga beleza e a decadência sinalizada pela pobreza e prostituição.

O eixo central da história escrita por Gilberto Braga são as gêmeas Paula e Taís, vividas por Alessandra Negrini. Enquanto Paula é a mocinha romântica, Taís só pensa em ficar rica. Logo no início da trama, Paula conhece Daniel, um executivo poderoso de origem humilde, vivido por Fábio Assunção. O maior sonho dele é montar um hotel em algum paraíso tropical no Brasil. “É uma clássica história de amor na novela mais romântica que já fiz. Por trás disso, mostro todas as belezas e problemas do Brasil”, diz o autor.

A maior polêmica, segundo ele, virá da exposição do turismo sexual. Desde o bordel em Marapuã, uma fictícia cidade litorânea da Bahia, até as prostitutas que povoam as calçadas da praia de Copacabana, no Rio, a trama pretende mostrar a cobiça de moças salientes e libidinosas, como a interesseira Bebel, de Camila Pitanga. A atriz será uma das vilãs da história ao lado de Wagner Moura, que vive o ambicioso Olavo – filho da também vigarista Marion Novaes, de Vera Holtz. O mau-caráter também é um poderoso executivo do Grupo Cavalcanti, que pertence ao milionário Antenor, de Tony Ramos. Olavo faz de tudo para destruir a imagem de Daniel na empresa. “Este personagem não é um mocinho clássico, questiona até se deve parar seu trabalho estressante para ter mais qualidade de vida. É forte e não esconde a sensibilidade”, analisa Fábio. “Daniel é o ‘novo macho’. Forte, mas sensível”, sentencia o co-autor Ricardo Linhares.

Bem-sucedido e extremamente machista, Antenor é casado há 30 anos com a dedicada Ana Luísa, personagem de Renée de Vielmond. Mas mantém uma relação de 15 anos com a amante Fabiana – advogada de suas empresas –, de Maria Fernanda Cândido. No meio da trama, Antenor vai se apaixonar pela decidida Lúcia, de Glória Pires, e abandona a amante. “Conversei com advogadas de empresas e grande parte vive a mesma história da Fabiana e mantêm uma relação com o chefe. Essa personagem as representa”, afirma Maria Fernanda. “Este é o personagem mais machista que já vivi”, garante Tony.

O glamour decadente de Copacabana é representado pelos personagens de classe média do bairro, localizados no fictício edifício Copamar. Como governante desta torre de babel, Daisy Lucidi encarna a viúva e síndica Iracema. “As cenas de Copacabana vão ser frenéticas, com câmaras ágeis, principalmente no Copamar”, explica o diretor Dennis Carvalho.

Para contrastar com o lado urbano e carioca, a novela começa na calmaria do cenário baiano, com externas gravadas na cidade de Itacaré, de praias paradisíacas, onde está instalado o bordel de Amélia, papel de Susana Vieira. Sua personagem participa dos primeiros capítulos como a cafetina e mãe de criação de Paula, a protagonista de Alessandra Negrini, que vive a gerente de uma pousada. “As gêmeas que interpreto representam toda a dualidade da história: o bem e o mal, o glamour e a decadência. A novela retrata a cobiça e a luta pelo poder”, avalia Alessandra Negrini.

Exuberância visual - Durante 30 dias, o diretor Dennis Carvalho e sua equipe gravaram com parte do elenco em cidades baianas, além de trechos do litoral pernambucano, como Porto de Galinhas. Mais de cem pessoas foram mobilizadas para as gravações. “Logo de cara queríamos passar para o telespectador cenários com mar tranqüilo, cores vibrantes e um sol intenso, paraísos tropicais idealizados pelo personagem Daniel, do Fábio Assunção”, explica Carvalho, que participa também como ator na metade da trama.

Mesmo em cenas que contam com um cenário paradisíaco, a equipe de efeitos visuais também realiza alguns retoques. Por exemplo, na tomada em que Fábio Assunção pratica windsurfe na Bahia, uma das principais cenas do início da novela, a equipe de criação sobrepôs em 3D o horizonte e todo o mar em volta da prancha e da vela. Além de aplicar as imagens, os designers Paula Souto e Gustavo Garnier igualaram as cores de mar e céu até o entardecer na cena. Depois disso, para reproduzir um acidente no mar, Marcos Soares, um dos responsáveis pelos efeitos especiais, criou um simulador de windsurfe com mecanismo de rotação de 360º. As cenas foram gravadas em uma piscina de ondas. “Fiz aulas de windsurfe, mas o Gilberto disse para eu parar. No final, foi tudo fake”, diverte-se Fábio Assunção.



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