Desde Nova York, onde acompanha o time para uma partida amistosa contra a AS Roma (em 8 de agosto), Pérez teria batido o martelo em favor da desistência de Ronaldo após longas negociações telefônicas mantidas entre o diretor-gerente do Real, o argentino Jorge Valdano, e o empresário Alexandre Martins (um dos representantes de Ronaldo).

Segundo o Marca, Martins relatou a Valdano que as negociações entre Ronaldo e Rinaldo Ghelfi, diretor da Inter, foram "muito negativas". Ainda de acordo com o Marca, o clube azul e negro de Milão se manteve irredutível na posição de não autorizar a transferência do artilheiro da última Copa do Mundo para o Real Madrid ou qualquer outro clube.

Caso fique mesmo na Inter, Ronaldo não deve ter vida fácil. Segundo o próprio Martins, que ofereceu Ronaldo a Valdano, o atacante está "infeliz" na Itália e quer jogar no Real Madrid, onde poderia "recuperar o sorriso perdido". Além das declarações do empresário, Ronaldo não tem uma relação muito cordial com o treinador da Inter, o argentino Héctor Cúper. O brasileiro teria confidenciado a amigos que Cúper retardou sua recuperação física, recusando-se a escalá-lo para jogar antes da Copa do Mundo por julgá-lo sem condições.

Além da indisposição com a diretoria da Inter, Ronaldo comprou a desaprovação da torcida milanesa. Na terça-feira, em seu retorno a Milão após as férias, o atacante brasileiro foi recepcionado hostilmente pelos seus antigos fãs logo no aeroporto de Malpensa. Os torcedores, magoados, alegaram que Ronaldo foi "ingrato" com a Inter, clube que o amparou e apoiou durante os mais de dois anos de calvário, amargados graças às contusões recorrentes no joelho e suas seqüelas.